Na Learn to Fly, neurociência, tecnologia e psicologia se encontram para ajudar empresas a desenvolver as habilidades socioemocionais de seus talentos. Fundada em 2017 por Flavia Faugeres e Cecília Ivanisk, a plataforma combina programas de mentoria, técnicas socioemocionais e trilhas de autoconhecimento com o intuito de aumentar o bem-estar, a produtividade e o engajamento dos colaboradores.
“As pessoas fazem cursinho, faculdade e especializações como se só isso fosse suficiente para dar conta do mundo profissional e corporativo. Aprendem matemática e escrita, mas não sobre resiliência, empatia, comunicação, pensamento crítico, regulação emocional e a construção de relacionamentos”, afirma Flavia, que antes de empreender construiu uma carreira sólida como presidente da BRF no Brasil e CMO global do Burger King.
Estima-se que 85% do sucesso no trabalho venha das chamadas soft skills – habilidades interpessoais e comportamentais bem desenvolvidas, enquanto apenas 15% estaria atrelado a habilidades técnicas específicas (hard skills). Os dados são da pesquisa “A Study of Engineering Education”, conduzida pela Universidade de Harvard, pela Carnegie Foundation e pelo Stanford Research Center.
De olho neste potencial, a plataforma da Learn to Fly visa promover o desenvolvimento humano individualizado dos times e das lideranças das organizações, oferecendo insights valiosos com dados e people analytics para direcionar estrategicamente as iniciativas de RH. A ideia é fortalecer a cultura das empresas, reduzindo o turnover e gerando mais engajamento de toda a equipe.
“Quando criamos a Learn to Fly, a gente precisava explicar por que a habilidade emocional era o futuro da educação e do trabalho. Hoje, isso está claro. Com o avanço tecnológico, as empresas estão cada vez mais pensando quais competências suas equipes precisam ter para serem mais produtivas, engajadas e terem sucesso na era pós-IA”, acrescenta Cecília, ex-executiva da Ambev, Unilever e Johnson & Johnson.
A proposta atraiu mais de 40 clientes em todo o país, que hoje fazem parte da base da Learn to Fly. Entre eles, estão grandes nomes como Raízen, Kraft Heinz, Cogna, Petlove e Ambev. Para atender à demanda, a startup conta com uma equipe de 30 colaboradores distribuídos em diferentes estados do país.
Alçando voos
No início de 2022, a startup recebeu o seu primeiro aporte, liderado pela DOMO.VC. “Sempre quisemos mais o smart money do que o dinheiro em si, e foi um super fit com a DOMO“, afirma Flavia. O valor do investimento não foi divulgado, mas segundo Flavia a gestora de venture capital detém cerca de 10% da Learn to Fly.
Cecília descreve o relacionamento com os investidores de forma bastante positiva. “Eles acreditam na nossa tese e pensam muito parecido com a gente. A gente nunca caiu naquela ideia de torrar dinheiro a toa”, pontua.
Embora não descartem uma nova captação, as empreendedoras não têm pressa e querem que o novo aporte aconteça na hora certa. “Alcançamos o product market fit e estamos começando a expandir. Esse é um ano de crescimento. Provavelmente, a próxima rodada virá daqui um ou dois anos – não por necessidade de caixa, mas para trazer mais pessoas para o nosso voo”, explica Flavia.
Em seu site, a Learn to Fly afirma já ter impactado mais de 15 mil usuários com a sua plataforma. A startup destaca que unidades de negócios com trabalhadores felizes engajados têm 23% mais lucro do que aquelas com funcionários desmotivados, segundo dados da Gallup.
Como prioridades para 2024, a Learn to Fly quer investir no crescimento do negócio, aumentando a base de clientes. A expectativa é tornar os produtos ainda mais unificados e aumentar o nível de engajamento de suas soluções. “Queremos trabalhar cada vez mais com dados que façam a recomendação correta para cada pessoa. Agora que os produtos estão redondos, vamos fortalecer a noção de jornada na plataforma”, conclui Flavia.