A Kamino, plataforma de gestão financeira para empresas de médio porte, anunciou uma rodada de R$ 54 milhões, co-liderada pelos fundos globais Flourish Ventures e Quona Capital. O aporte contou com a entrada da Endeavor Catalyst no captable e será usado para expandir a base de clientes e desenvolver novas ferramentas que apoiem os CFOs na tomada de decisão.
Fundada em 2021, a Kamino já apoia mais de 2 mil clientes em todo o país e movimentou mais de R$ 15 bilhões em sua plataforma. Criada inicialmente para atender startups e empresas em estágio inicial, a fintech passou a mirar companhias de médio porte após identificar gargalos críticos no setor, muitas vezes dependente de planilhas de Excel, ERPs genéricos e processos bancários manuais.
“Ao longo dos anos, conquistamos os gerentes financeiros com soluções que automatizam rotinas como contas a pagar e a receber e fazem a conciliação bancária em tempo real. O próximo passo é ampliar essa base de clientes e, ao mesmo tempo, oferecer produtos voltados aos CFOs, com análises automáticas de desempenho, previsões de fluxo de caixa e recursos de inteligência artificial aplicados à gestão financeira”, afirma Gonzalo Parejo, cofundador e CEO da Kamino.
A ideia é apoiar lideranças na gestão de caixa, cobranças e monitoramento de gastos, além de fornecer ferramentas capazes de sugerir ações estratégicas a partir dos dados da própria empresa.
Visão de negócio
Com a nova captação, a Kamino totaliza mais de R$ 108 milhões em aportes. “O maior aprendizado que tivemos foi encontrar investidores que entendem muito bem as particularidades de construir software em mercados emergentes como o Brasil”, destaca Gonzalo.
O executivo já percebe benefícios ao se aliar aos fundos líderes da rodada. “O Flourish Ventures tem nos ajudado muito na parte de go-to-market e reforçado a visão da plataforma de software. Já a Quona Capital tem contribuído para que a Kamino encontre formas de complementar a plataforma core, com a parte de conta bancária, cartão corporativo e integração com outros bancos”, comenta.
Apesar da escalada, a startup não pretende, por enquanto, expandir para fora do país. “O foco é o Brasil. Estimamos que existam cerca de 1 milhão de empresas de médio porte que poderiam se beneficiar da Kamino. Até que não tenhamos impacto relevante aqui, não vamos pensar em expansão internacional”, afirma o CEO.
A meta, segundo Gonzalo, é se posicionar como o principal sistema operacional dos CFOs. “A Kamino é o centro onde o CFO pode comandar todas as informações financeiras, centralizar os fluxos de caixa e tomar as melhores decisões para ajudar suas empresas a crescer ainda mais”, pontua. A expectativa é alcançar R$ 60 milhões em receita recorrente anual até 2026.