Inteligência artificial

Testar IA e educar founders: a nova empreitada de João Olivério

Plataforma de vídeos Beyond The Demo mistura educação e descoberta de soluções para indicar ferramentas úteis

João Olivério. Foto: divulgação
João Olivério. Foto: divulgação

É um hobby, um serviço de utilidade pública ou um embrião de um modelo de negócios? Para explicar a sua nova empreitada, chamada Beyond The Demo, o empresário João Olivério ainda não tem uma resposta definitiva. “Na verdade, acho que é um pouco dos três”, respondeu com bom humor ao Startups.

Em meio às suas tarefas como consultor e mentor para a edtech G4 Educação, João resolveu transformar o seu gosto por descobrir e testar novas ferramentas em um repositório de vídeos explicando diversas delas. Como a plataforma ainda está no começo, o número de vídeos ainda é modesto – cerca de 25 – mas ele quer escalar rápido.

“Nesse momento, estou subindo um vídeo novo praticamente todo dia”, afirma João. São ferramentas de forecast de vendas, CRM, extração de leads no LinkedIn, bots de conversação do WhatsApp – tem de tudo. Inclusive, alguns dos vídeos são disponibilizados em exclusividade para suas turmas nos cursos da G4.

Segundo João, a ideia para o Beyond The Demo veio de uma carência do mercado brasileiro na área de vendas de software, um setor que ele conhece bem. “Hoje não se vende tanto pelo convencimento do vendedor, e sim pela qualidade do produto. Entretanto, na hora de vender poucos sabem realmente apresentar as ferramentas. É por isso que aqui no Brasil o modelo self-service de venda é ainda incipiente”, explica.

João é um veterano do mercado, o que o habilita para falar com conhecimento de causa. Ele foi líder de vendas na Indeed e country manager da Zendesk quando a companhia desembarcou no país em 2013, ajudando a companhia a chegar em mais de 1,7 mil clientes em dois anos.

Atualmente, ele é o country manager da Apollo.io, SaaS de inteligência de vendas que chegou no Brasil com menos de 10 clientes e hoje já soma mais de 1 mil. De acordo com o executivo, é esse cuidado em saber explicar a ferramenta e suas vantagens que foi um diferencial para o crescimento da empresa.

No Beyond The Demo, João usa pouco dessa abordagem, de pegar ferramentas que não tem uma estrutura de vendas e educação, fazendo a curadoria e apresentação. “É uma ferramenta de educação voltada a explicar a fundo aplicações, e trazendo isso para a aplicabilidade nos negócios”, explica.

Um detalhe: a Apollo.io é uma das ferramentas que João tem nos vídeos do BTD. Ele não é bobo, nem nada.

Um negócio em potencial

No momento, o BTD ainda funciona de forma restrita, com poucos usuários e algumas dezenas de vídeos. Entretanto, João tem suas ideias para formar um negócio rentável a partir dele – na verdade, ele tem três.

A primeira delas é pelos chamados “referrals”, recebendo comissões por indicar novos clientes – tipo um programa de afiliados da Amazon, por exemplo. Entretanto, para João, essa é uma opção complexa, pois o mercado brasileiro ainda não tem muitos negócios focados na venda direta ao consumidor. “Ainda é uma dificuldade cultural por aqui. Até o momento, apenas duas as soluções no BTD são nacionais”, explica.

As duas soluções brasileiras testadas e indicadas por João são a plataforma de vídeos Netshow.me, que inclusive abriga os vídeos das demos, e da OnLink, startup de gestão de links.

As outras opções avaliadas por João para monetizar o Beyond the Demo são: assinaturas para um conteúdo mais “avançado”, estudos de casos e listas exclusivas, além de serviços de produção de conteúdos de vídeos educacionais sobre as plataformas e aplicativos que queiram divulgar no portal. “Pense em conteúdos patrocinados, mas mantendo a nossa chancela, somente para soluções testadas e aprovadas de acordo com a nossa metodologia”, explica.

Segundo João, as opções estão sobre a mesa, mas neste momento o plano é ainda aumentar a visibilidade e a base de vídeos, sem muita pressa para criar uma edtech a partir disso – mas ele sabe que tem uma oportunidade aí. “Por enquanto, tá em soft opening, mas as coisas podem mudar rápido”, finaliza.