Saiu o terceiro cheque da Headline, fundo nascido a partir da parceria entre a XP e a Headline Global, e que é liderado pelos empresários Romero Rodrigues (na foto, à esquerda) e Gabriel Alves. Com um cheque de R$ 15 milhões, o investimento foi em mais uma healthtech, a Fiibo, que se apresenta como um marketplace B2B para que empresas façam a contratação e gestão de serviços de saúde para seus colaboradores.
Nesta rodada seed, além da Headline, a Vox Capital também entrou com R$ 2,5 milhões, totalizando R$ 17,5 milhões na conta da startup, fundada pelo médico e empresário Ítalo Martins (na foto, à direita). Com a rodada, a empresa atingiu valuation de R$ 77,5 milhões, triplicando a avaliação recebida no ano passado, quando teve um aporte privado de R$ 11 milhões da multinacional Alvarez & Marsal (A&M), da empresa de tecnologia Oowlish e da XMartins Participações.
Segundo o fundador, o cheque servirá principalmente para investir em produto, e aumentar a tração da plataforma junto a grandes canais de venda, promovendo nove classes de produtos e serviços de saúde de forma ampliada: saúde, odontologia, consultas, procedimentos e exames, farmácias e medicamentos, bem-estar, seguros, estética, saúde ocupacional e segurança alimentar.
“É uma plataforma que não visa substituir nenhum dos players do segmento de saúde, nem corretores, nem operadoras. Ela inova como alternativa para que todos eles comercializem seus produtos e serviços numa plataforma digital com maior potencial de alcance, simplicidade, segurança e visibilidade para os consumidores”, afirma Ítalo.
Em coletiva à imprensa, o fundador da Fiibo destacou que, atualmente, a healthtech conta com 60 mil vidas em sua base, e o plano até o fim do ano é chegar pelo menos à marca de 100 mil. “Temos o pé no chão, mas uma visão agressiva a partir do ano que vem. Até 2025, queremos chegar a 2 milhões de vidas atendidas”, ressalta.
Quanto aos valores movimentados, atualmente a Fiibo tem um volume bruto (GMV) de aproximadamente R$ 12 milhões, e espera nos próximos dois anos ampliar isso em mais de dez vezes, com a meta de bater uma receita mensal de R$ 2,5 milhões.
Pé no chão
Entretanto, como já disse antes, o objetivo da Fiibo é manter os pé nos chão. “Queremos chegar numa possível série A já com o breakeven atingido”, afirmou Martins na coletiva, prevendo uma possível captação num futuro não muito distante.
“Esse aporte é para chegar a um cenário onde não seja obrigatório pegar mais dinheiro, e sim talvez levantar uma rodada para escalar lucro. Acabou a época de escalar com perda”, disparou Romero Rodrigues, fazendo referência ao “novo normal” das startups, que é o de ser sustentável. “Voltamos ao que era o básico há 15 anos atrás”, disparou.
Na visão de Romero, a Fiibo tem tudo para ser um dos players que vão “destravar” o segmento de saúde, um que ainda passa por gargalos de digitalização e ainda está concentrado bastante nas grandes operadoras. “É um setor grande e talvez é ainda o único grande mercado de consumo que ainda tem muito o que modernizar”, afirma um dos sócios da Headline.
“É preciso melhorar a experiência do consumidor no segmento de saúde e bem-estar, dando a ele o direito de explorar as infinitas oportunidades à sua disposição. Em outros setores este modelo deu certo, como por exemplo transporte, hospedagens, investimentos e alimentação”, acrescenta Ítalo Martins.
Foco nas healthtechs?
A Fiibo é o segundo aporte que a Headline faz em healthtechs – dos três cheques assinados até agora, somente a empresa de minimercados autônomos Smart Break veio de outra vertical. A outra investida do segmento foi a Fin-X, que atua na conexão entre médicos, hospitais e planos de saúde com o objetivo de reduzir custos e aumentar a eficiência operacional.
Liderada por Romero Rodrigues ao lado de Gabriel Alves, a Headline revelou em entrevista ao Startups em junho que o plano é terminar o ano com quatro a seis investidas. O dinheiro ainda está sobrando: somados os R$ 15 milhões da Fiibo, os R$ 30 milhões da Smart Break e os R$ 7,5 milhões da Fin-X, a gestora não chegou nem a um décimo do que levantou: em uma captação em parceria com a XP Asset, ela captou R$ 915 milhões junto a 12,5 mil cotistas.
Perguntado se mais aportes virão nessa toada, Romero não abriu muito o jogo, afirmando que a sua gestora está “mantendo a calma” para fazer novos investimentos. “Estamos um pouco atrás na curva”, admitiu o investidor, fazendo as contas – afinal, em um ano de operação a companhia ficou em três aportes, e o plano do fundo é investir em 20 a 25 startups até 2025.
“Estamos assim por design, aproveitando este momento de mercado para ficar mais próximo das empresas e dos fundadores”, finaliza Romero.