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Em março passado, a Focus Financeira, fintech voltada à oferta de crédito no formato serviço anunciou sua fusão com a plataforma de marketplace de empréstimos Bom Pra Crédito. A união resultou na criação de uma holding e um processo de reformulação das marcas. Agora a Focus se chama Qista Soluções Financeiras e, juntamente com a Bom Pra Crédito, ela forma o Grupo Qista.

Além do rebranding propriamente dito, a mudança é parte de uma expansão vertical dos negócios que compõem a holding. De acordo com o Grupo Qista, ambas as marcas permanecem independentes, com estratégias comerciais próprias. “O redesenho foi pensado para formar um arcabouço da operação, visando o cliente e também nossos colaboradores”, explica Leonardo Grapeia, CEO do grupo, em entrevista do Startups.

No caso da Focus – ou melhor, agora Qista – o reposicionamento se mostra mais evidente. Criada em 2020 a partir de um spin-off da Focus Energia, a fintech se destacou nos últimos anos com sua oferta de crédito no formato B2B2C. A empresa se firmou como a interface de crédito dentro de serviços de banking-as-a-service como o da Dock, acumulando neste tempo cerca de R$ 120 milhões em empréstimos realizados.

Leonardo Grapeia
Leonardo Grapeia, CEO do Grupo Qista. Crédito: divulgação

Com o novo nome, o plano da fintech é expandir seu leque de ofertas de crédito e também microcrédito, incluindo opções com FGTS, carro ou celular como garantia, e focando na acessibilidade aos financiamentos – algo trazido no próprio nome e slogan (“Com Qista, você conquista”).

A expectativa da Qista Soluções Financeiras é dobrar a sua carteira de crédito – para isso, a empresa está levantando um FDIC de R$ 120 milhões junto a um grande banco nacional – cujo nome não foi revelado.

Outro foco desta expansão, segundo Grapeia, está no formato do Buy Now Pay Later (BNPL), apoiando bancos digitais e outras plataformas que desejam incluir serviços financeiros de crédito para a compra de produtos. “Passamos de uma empresa de crédito, com toda robustez para uma solução financeira”, avalia o CEO.

Fintech antes de ser fintech

Apesar da Bom Pra Crédito ser a marca que menos deve se alterar com a criação do Grupo Qista, a nova composição não deixa de trazer objetivos revisados. “A Bom Pra Crédito surgiu em 2013, antes do termo fintech ser algo popular, e desde então vem numa jornada de crescimento”, pontua Grapeia.

Atualmente a plataforma conta com aproximadamente 10 milhões de clientes cadastrados, com R$ 1,3 bilhão em valores transacionados. O volume representa um crescimento de 30% em relação a junho do ano passado, quando a companhia atingiu a marca de R$ 1 bilhão e lançou um oferta de crédito como serviço. Segundo o CEO, a plataforma compila ofertas de mais de 20 bancos, e o plano é bater a marca dos 40 até o final do ano, com cerca de R$ 500 milhões em transações realizadas no marketplace. “Até 2025, queremos chegar nos 15 milhões de clientes”, completa.

Apesar das sinergias, Grapeia frisa que as soluções de empréstimo da Qista (mesmo que oferecidas por players parceiros) não terão favorecimento no Bom Pra Crédito. “Não faz sentido para a gente unir operações no marketplace, pois compromete a competitividade e a credibilidade do serviço com o cliente”, avalia o executivo.

“No crédito como serviço se tem uma oferta muito mais customizada, que roda a API e cria uma proposta de acordo com o perfil do cliente. No Bom Pra Crédito, o plano é usar o open finance para melhorar a oferta de opções, selecionando o que melhor fecham com a necessidade do cliente, e que tem maior possibilidade de liberação”, finaliza Grapeia.

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