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O número de candidaturas femininas em cargos de tecnologia quadruplicou entre 2015 e 2021, passando de 11% para 41%, de acordo com o estudo Women in Tech 2022, da desenvoledora de software BairesDev. A pesquisa global foi feita com base na análise de 1 milhão de candidaturas recebidas pela companhia no período.

“A disponibilidade de candidatas é uma das primeiras brechas que devemos vencer para alcançar a equidade de gênero no setor tecnológico”, diz Rocío Belfiore, diretor de inovação da BairesDev, em nota. “Cada vez mais mulheres com maior conhecimento em novas tecnologias demonstram interesse nesta indústria”, completa. 

No entanto, conseguir se candidatar não significa ter oportunidades nessas posições.  De acordo com o Women in Tech, apenas 1 entre 5 trabalhadores da indústria de tecnologia é mulher, o que mostra que mulheres continuam sub-representadas no setor. Rocío reconhece que ainda há um longo caminho a percorrer, mas ressalta que as recentes estatísticas demonstram que os esforços para gerar paridade de gênero estão dando resultados.

América Latina na frente

Ainda segundo a pesquisa, a América Latina lidera o percentual de mulheres que se candidatam a trabalhar na BairesDev, com 45% do total de candidatas. A Argentina, líder do ranking, tem quase 50% de participação feminina nas candidaturas, e o Uruguai, na 2ª posição, tem cerca de 45%.

O Brasil ocupa o 8º lugar na lista, com cerca de 40%, seguido de Colômbia, Panamá, Peru, Costa Rica, Paraguai, Equador, Venezuela, Bolívia e Guatemala. Por aqui, a participação de candidatas mulheres saltou de 16% para 40% de 2015 a 2021.

Os Estados Unidos e o Reino Unido ficam para trás, nas posições 18ª e 20ª, respectivamente. Outras regiões conhecidas por seus centros tecnológicos, principalmente Europa Oriental e Índia/Sul da Ásia, também. Rússia e Ucrânia chegam a ter menos de 30% de participação feminina nas candidaturas, assim como Indonésia e Hungria. A Índia tem pouco mais de 20% e o Paquistão fica no fim do ranking com menos de 10%.

A América Latina tem apresentado resultados otimistas em outros segmentos. Um recente estudo da Associação Latino-Americana de Private Equity & Venture Capital (LAVCA) mostrou que pela primeira vez, um terço dos aportes feitos na região foram destinados a startups lideradas por mulheres – ou com, pelo menos, uma no conselho. O volume investido nessas empresas saltou de 16% em 2019 para 31% em 2022, segundo o estudo LAVCA VC & Tech Mid-Year Trends na América Latina,

Principais tendências

O estudo analisou também as principais tendências do setor. Mulheres representam cerca de 40% do total de candidatos entre 2020 e 2021, mostrando um aumento de 400% em sua participação em relação a 5 anos atrás, incluindo cargos técnicos e não técnicos.

Segundo a pesquisa, mulheres se candidatam até 3 vezes mais para cargos relacionados ao SharePoint e testes, em comparação com outras tecnologias. Xamarin, iOS e Android tiveram aumentos de 13%, 9% e 8%, respectivamente, o que mostra o interesse do público feminino no desenvolvimento mobile em 2021.

O pico da participação feminina é entre as mais jovens. Mulheres na faixa dos 20 anos representam cerca de 40% de todas as candidaturas. De 40 a 49 anos, elas são aproximadamente 37%, com um crescimento de interesse em posições de supervisão ou liderança.

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