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Nascida para apoiar empresas no processo de importação e exportação de produtos, a fintech Trace Finance mudou sua atuação para a remessa de dinheiro recebido por startups no exterior e agora está dando um novo passo em sua estratégia: se transformar em um banco global para companhias iniciantes da América Latina.   

Para fazer isso, a companhia fechou uma rodada seed de R$ 22,3 milhões (US$ 4,3 milhões). O aporte foi liderado pela HOF Capital (qua já investiu na Stripe, Space X, Klarna, Uber e Niantic) e contou com a participação da Circle Ventures – especializada no mercado de cripto –; do Mantis Ventures, o fundo de investimento da dupla de DJ´s The Chainsmokers, que também investiu no banco digital Z1; e da 2TM, controladora do Mercado Bitcoin. Entraram ainda fundadores como Andres Bilbao, da Rappi, Paulo Silveira, da Alura e Lincoln Ando, da idwall.

Conta nos EUA

Segundo Bernardo Brites, cofundador da Trace, a ideia é ter a conta pessoa jurídica nos EUA funcionando no 2º trimestre. No site da companhia ela diz que em breve terá um cartão de crédito de bandeira Visa com saldo baseado na rodada recebida pela startup.  

Além de facilitar os trâmites de recebimento e envio de recursos para o Brasil, a conta terá rendimento, o que promete deixá-la mais atraente para os fundadores. Também está nos planos adicionar mais ofertas, como crédito. Mas isso deve ficar para a próxima rodada de investimento – que pode acontecer antes de 12 meses. “O empreendedor tem que focar no negócio e em melhorar o produto dele, não tem q ter dor de cabeça com burocracia para receber, abrir conta e poder gastar o dinheiro que é dele. Isso tem que acabar. Queremos melhorar a experiência financeira global de todas as startups”, diz Bernardo.

Leone Parise, CTO (à esq.); Bernardo Brites, CEO e Rafael Luz, COO, os fundadores da Trace Finance

De acordo com o cofundador, a ideia é levar a oferta para outros países da América Latina, permitindo não só que startups dos países tenham a possibilidade de acessar o mercado americano, mas também que elas possam fazer negócios entre elas dentro da região. “A nternacionalização é multimoeda e multinacional”, diz Leone Parise, cofundador e diretor de tecnologia da Trace. Bernardo reforça, no entanto, que é preciso acertar no Brasil primeiro, para depois pensar na expansão.

Criada em 2020, a Trace atendeu cerca de 30 clientes na modalidade de remessa de dinheiro. Entre os nomes atendidos estão The Coffee, Cobli e Pomelo. A companhia tem atualmente 15 pessoas.

Pás e picaretas

A Trace Finance faz parte de um conjunto de empresas e serviços que surgiram nos últimos tempos como resultado da “febre do ouro” das startups no Brasil. A ideia é vender as pás e as picaretas que ajudam as companhias a fazerem seus negócios avançarem. Como bancos, escritórios de advocacia e de contabilidade tradicionais não estão preparados para atender às demandas específicas desse público, outros fundadores, ou pessoas com experiência no mercado têm criado alternativas para atedê-las. N alista estão nomes como a Bhub e o Latitud Go, da Latitud.

Em dezembro a Ebanx comprou a Remessa Online, que tem como um de seus produtos o Remessa for Startups, um serviço de câmbio para startups. Segundo Bernardo, a operação foi uma validação do que ela vem fazendo, mas sua proposta é bem mais ampla. “O câmbio é só a ponta do iceberg”, diz.

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