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A captação de investimentos é um dos principais desafios das startups, que hoje contam com três principais modalidades de investidores: o venture capital, o corporate venture capital (CVC) e o investimento anjo. São poucas as empresas que conseguem realizar IPOs – oferta pública inicial de ações – e ampliar assim as fontes de recursos. Mas a startup de gestão de captable Eqdeal quer mudar esse cenário. Em entrevista ao Startups, o cofundador Stanley Wang conta que a empresa quer se tornar a primeira bolsa de valores de startups do mundo.

Essa não seria a primeira vez que o empreendedor se envolveria com algum projeto desse tipo. Stanley é sócio investidor do Grupo Solum, que junto com a Núclea são sócios da BEE4, plataforma de negociação de ações tokenizadas de empresas. Segundo ele, a ideia é que, ao contrário da BEE4, a Eqdeal não opere de forma pública no Brasil, apenas no exterior. Além disso, a BEE4 opera com empresas com faturamento mais elevado, de até R$ 300 milhões por ano, enquanto a Eqdeal seria voltada para startups, que podem não ter faturamento algum. O sonho da bolsa de startups, porém, ainda depende de alguns fatores, como regulamentação e a própria organização desse mercado.

“Tem diversas iniciativas de empresas que querem oferecer mercado secundário e primário, mas nenhuma consegue entregar de fato por questões de regulamentação. Por isso, primeiro queremos oferecer outros serviços, como a gestão de captable, que vai ser o alicerce inicial do relacionamento entre investidores e startups. O sonho grande de ser uma bolsa de valores é muito sexy. Falar de gestão de portfólio, de captable, não é sexy. Mas se eu não faço a fundação bem feita, não consigo levantar o prédio”, brinca Stanley.

Ferramenta gratuita

Neste primeiro momento, portanto, a Eqdeal vai oferecer três tipos de serviços. A primeira é uma plataforma de gestão de captable gratuita para startups, que vai ser o “chamariz” para que as empresas e investidores comecem a usar a plataforma. Isso vai permitir que os fundadores acompanhem a sua “carteira” de investidores, e a participação de cada um. O objetivo, de acordo com Stanley, é profissionalizar esse mercado, em que é comum haver erros de cálculo de captable e dados imprecisos. “Se a gente não tem a participação exata dos acionistas, não consegue fazer mercado secundário”, aponta o fundador.

Ao mesmo tempo, a plataforma também vai oferecer aos investidores uma gestão de carteira unificada, para que possam acompanhar os aportes nas startups, acompanhando o desempenho da empresa e gatilhos, como dados de faturamento, número de clientes etc. O objetivo é oferecer maior transparência nesse processo e incentivar que os fundadores alimentem a plataforma com dados da empresa, de forma confidencial.

Por fim, a Eqdeal quer modernizar os dealflows, unindo as partes interessadas por meio de um mecanismo automatizado. A receita da empresa viria tanto dessa plataforma de dealflows, quanto da cobrança do stock option plan, a gestão de opções da startup, além de outras ferramentas, como o módulo de relação com investidores.

“Tudo isso vai aumentar a transparência das informações, e transparência é fundamental. Vai dar mais liquidez e estímulo para que exista um mercado secundário. A gente está buscando público específico, que tem como objetivo o investimento em startups. Queremos ter uma base de investidores qualificados e validados em startups, ativamente procurando por oportunidades de investimento”, afirma Stanley.

O cofundador da Eqdeal conta que a ferramenta foi modelada para atender a qualquer país do mundo, e que tem planos para expandir internacionalmente. A ideia é consolidar a plataforma no Brasil até o final do ano, e no ano que vem tentar chegar ao Sul da Ásia, mercado em que, segundo Stanley, quase não há concorrentes. “Também há um transbordamento natural para América Latina. Não estamos focando em especificidades dos EUA, porque sabemos que é um mercado mais maduro, em que não haveria muito espaço”, diz o empreendedor.

Na imagem: Da esquerda pra direita: Ricardo Schreier – CMO/CXO, Gabriela Capobianco – CLO, Stanley Wang – CFO/COO, Ariel Sebbag – CEO/CTO

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