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Fundadores da Lev trazem motos elétricas da Niu Technologies ao Brasil

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*Danuza Facco Mattiazzi, especial para o Startups

No exato momento em que começamos a escrever este artigo, havia 891.471 pessoas andando em uma scooter elétrica da Niu Technologies pelo mundo. O número ainda inclui poucas unidades no Brasil. Mas em breve esse cenário deve mudar.

Desde setembro, dois modelos da fabricante chinesa estão à venda no país: um mais simples, a NQI Sport, que tem 70 km de autonomia, alcança 60km/h e leva 7 horas para recarregar a bateria; e a NQI GTS, o “modelo de luxo” da marca, que anda até 115 km com uma carga, atinge 70 km/h e carrega em 5 horas e meia. Elas custam R$ 17.980 e R$ 28.980, respectivamente. As motos são “inteligentes”. Por meio de um aplicativo, dá para verificar localização, status da bateria e fazer o check up de todos os parâmetros. As cargas são feitas plugando as motos em uma tomada comum.

A iniciativa de trazer a marca para o país é de Bruno Affonso, Rodrigo Affonso e Eduardo Affonso, irmãos e sócios da marca de bicicletas elétricas Lev, que tem 24 lojas espalhadas pelo Brasil. “A Niu entrou na minha vida quando foi lançada, há 6 anos. Eu estava morando na China e quase tive a oportunidade de ir ao lançamento oficial. Uma amiga foi convidada e tentei um ingresso. Não consegui. Mas consegui contato com a direção e passamos a conversar todos os anos”, conta Bruno Affonso, presidente da Niu Brasil.

Rodrigo (à esq.) e Bruno Affonso, fundadores da Lev

Início das vendas e planos

O 1º carregamento de e-scooters chegou de Xangai no Rio de Janeiro há cerca de 2 meses. A região Sudeste é a prioridade na largada da operação. “A nossa estimativa é que São Paulo e Rio de Janeiro representem de 70% a 80% do mercado nacional”, avalia Bruno. 

As vendas já começaram por meio de 2 lojas inauguradas desde setembro. A 1ª foi no bairro do Leblon, no Rio. A 2ª unidade começou a operar no início de outubro nos Jardins, na capital paulista. Outras 4 lojas devem ser abertas até o fim deste ano. Para 2022, estão planejadas mais 10. “Já temos contratos assinados para três premium stores em São Paulo e uma flagship no Espírito Santo”, adianta Bruno. Todas as lojas são próprias.

O investimento na operação é de R$ 10 milhões. A ideia, segundo Bruno, é não atrelar a operação da Niu à da Lev diretamente, mas aproveitar possibilidades de sinergia. Algumas lojas da Lev terão as e-scooters para vender, assim como a instalação das lojas está aproveitando a proximidade geográfica com a rede da marca de bicicletas.

Niu Technologies

Criada em 2014, a Niu Technologies levantou US$ 125 milhões em rodadas de investimento lideradas pela GGV Capital (que investe em companhias como a insurtech Justos). Em 2018, ela se listou na Nasdaq e atualmente tem um valor de mercado que supera US$ 2 bilhões. No 2º trimestre, ela vendeu quase 253 mil e-scooters, sendo 246 mil na China. Até o ano passado, a estratégia da companhia era forcar em sua expansão pela Europa. Mas a expansão na América Latina entrou no radar e ela chegou ao México e ao Chile. Agora, está desembarcando no Brasil e na Argentina.

De acordo com Bruno, o preço é um freio inicial para o ganho de escala nas vendas. Mas já está nos planos nacionalizar a produção com uma fábrica na Zona Franca de Manaus. “Isso vai garantir uma redução de custos interessante e vai deixar o produto mais competitivo”, diz. Além disso, ele espera que o governo crie medidas para estimular o uso de veículos elétricos como ocorre em países que já estão à frente em mobilidade urbana, como Espanha e Estados Unidos.

Scooter alinhada com ESG

Carros e esooters elétricas estão em evidência por conta da crescente preocupação com a preservação do meio ambiente. Consumidores, marcas, investidores e governos estão cada vez mais conscientes da demanda urgente pela redução das emissões de CO² e outros poluentes como está se vendo na COP26 nesta semana.

A Niu já colheu o impacto positivo disso por aqui, ao obter uma linhda financiamento verde com taxas reduzidas, pelo alinhamento com práticas sustentáveis. De acordo com Bruno, nos primeiros meses de vendas da marca, também houve uma “boa resposta inicial” do público para a proposta.

Quando viveremos um trânsito brasileiro net zero é uma incógnita. Mas, a se observar pelo mercado mundial, é um desejo que vêm tomando as ruas.

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