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Depois de fazer 3 aquisições em 3 anos e ver o tamanho da equipe saltar 135%, a Gupy decidiu reorganizar sua estrutura, saindo de um modelo de unidades de negócios para buscar mais sinergia entre suas 4 – em breve 5 – áreas de atuação. “Não queremos ser uma empresa de produtos separados, mas um ecossistema. Meu sonho é que a pessoa abra o aplicativo da Gupy e tenha tudo lá dentro”, disse Mariana Dias, cofundadora da HRTech, em conversa com o Startups.

Com o movimento, a companhia encontrou sobreposições de cargos em diversas áreas, por isso tomou a decisão de reduzir seu quadro em 8,5%, ou o equivalente a 58 pessoas. É a 1ª vez que a Gupy faz uma redução de quadro desde a sua fundação, em 2015. Na lista de desligamentos estão nomes que entraram por questões de performance e que serão repostos. “Seguimos contratando”, destacou Mariana.

Finanças em ordem

De acordo com Mariana, o ajuste anunciado nesta quarta (2) não teve um viés financeiro, de apertar o cinto, como tem acontecido com as startups e scaleups desde o ano passado. O objetivo é ganhar mais eficiência e conseguir a almejada integração entre times e produtos.  

A fundadora reforça que o balanço da Gupy é saudável e a companhia ainda não gastou nem metade da rodada de R$ 500 milhões feita no começo de 2022. A necessidade de mudança na forma de atuação foi percebida logo depois da aquisição da Pulses. “Os clientes vinham falar que queriam a Pulses e a gente ficava sem saber o que fazer”, diz a fundadora.

Ela conta que isso ficou ainda mais claro durante o evento HR4results, realizado em junho. No estande da Gupy, as ofertas foram divididas em diferentes pontas do espaço, com diferentes equipes fazendo o atendimento. “Quem queria contratar tudo tinha que falar com 5 vendedores diferentes”, pontuou Mariana.

Mariana Dias
Mariana Dias, cofundadora e CEO da Gupy (Foto: Divulgação)

Hoje, 40% da base de clientes da Gupy já usa dois ou mais de seus produtos. O plano é dobrar a representatividade da sua receita em vendas para a base de clientes em 2023. Em janeiro de 2024 a HRTech vai colocar no ar um produto voltado à área de performance de colaboradores. Com isso ela vai somar cinco ofertas: recrutamento e seleção; admissão; educação corporativa; clima e engajamento; e performance.  

A grande diversidade de fornecedores de sistemas é uma das principais dores dos departamentos de RH e a consolidação de ofertas tem sido o alvo da estratégia da Gupy, mas também de outros nomes com mercado como Sólides, Caju e Swile.

Demissões humanizadas

Segundo Mariana, o percentual de desligados corresponde a um turn over natural da empresa em um espaço de 2 a 3 meses. A decisão por reduzir de uma vez, ao invés de fazer um layoff silencioso, foi tomada para fazer um processo de demissão humanizado, garantindo benefícios adicionais aos desligados.

A lista de dispensados foi construída junto com as lideranças levando em consideração as metas de diversidade da companhia e, ao longo da última semana, os gestores receberam treinamento para tocar o processo. As conversas que aconteceram entre o período da manhã e o começo da tarde de hoje foram feitas de forma individual, com a participação dos gestores e do RH. Depois que todo mundo foi avisado, a própria Mariana se dirigiu à equipe.

Os desligados vão receber pacotes de benefícios que incluem plano de saúde e cuidados com a saúde mental, física e bem-estar. Os pacotes foram construídos levando em consideração a vulnerabilidade de cada grupo. Assim, estão sendo oferecidas condições diferentes para minorizados, aí incluindo negros, LGBTQIAP+, pais e mães e quem ganha menos de R$ 4 mil; e outro para não-minorizados. No caso dos minorizados, os benefícios são cumulativos.

Seguindo a linha das tradicionais listas de demitidos que circula quando as startups ajustam seus quadros, a Gupy criou uma página especial batizada de “Histórias de carreira na Gupy, onde ex-colaboradores poderão colocar sua área de atuação, último cargo, perfil do LinkedIn, além de contar sua história profissional com principais habilidades e conquistas.

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