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Má notícia para as startups que estão – ou estavam – pensando em fazer suas rodadas série B, C ou D. 2023 continuará sendo um ano ruim para as captações de late stage, depois de um 2022 (especialmente um segundo semestre) de torneiras secas por parte dos fundos de venture capital.

Quem aponta isso é o Distrito, que divulgou nesta segunda (16) seu relatório sobre os números de VC no ano passado. Segundo a consultoria, o país teve uma queda de 54,6% no número de investimentos, caindo de US$ 9,76 bilhões para US$ 4,45 bilhões.

É um número levemente diferente no volume (nem tanto no percentual) do que constatou a Sling Hub na semana passada, que registrou uma queda de US$ 10,5 bilhões para US$ 5,2 bilhões.

O segundo semestre do ano foi o principal responsável por jogar pra baixo os números do período. De julho a dezembro de 2022, foram investidos apenas US$ 1,54 bilhões em startups brasileiras – uma queda de 65,4% em relação aos US$ 4,45 bilhões que as startups brasileiras receberam no mesmo período em 2021.

Apesar dos números pouco animadores, o managing partner da Distrito, Gustavo Gierun, fez as suas ressalvas. Segundo ele, o baque se deu pela falta de grandes rodadas, especialmente no segundo semestre, porém os investimentos de early stage não tiveram quedas tão bruscas.

“Na segunda metade do ano, o número de deals caiu de 427 para 314. Apesar na queda em volume, não podemos dizer que teve uma ruptura, já que os fundos ainda tem recursos. Porém, eles estão mais criteriosos”, avaliou Gustavo, durante coletiva em que apresentou o levantamento.

Sobre oportunidades de investimento, Gustavo levantou a bola para startups na área de deep tech, healthechs e segurança da informação, alvos que ainda não são muito assíduos dos fundos. Segundo o levantamento do Distrito, as fintechs e proptechs ainda lideram a preferência dos investidores, um cenário que já está ficando manjado e precisa de uma mexida, segundo o partner do Distrito.

Ajustando o perfil

Para a sócia da Antler, Carol Strobel, que também comentou os resultados do levantamento do Distrito, os números em queda não refletem necessariamente um momento de baixa no mercado. Segundo ela, este pode ser um ótimo momento para investir, especialmente no early stage.

“Os valuations estão baixos, os fundadores estão mais preocupagos com receita e sustentabilidade. É hora de investir, mas no perfil certo de empresa”, dispara a sócia do fundo especializado em investimentos de estágio inicial.

Segundo Carol e Gustavo, o primeiro trimestre do ano poderá ter uma queda leve nos investimentos early stage, mas mais por um movimento de adaptação do que “seca” de recursos.

“Podemos ver uma baixa em investimentos de seed e pré-seed, pois os fundos estão avaliando seus investimentos de 2022, se adaptando à nova realidade. Mas será mais um reajuste do que uma queda, mesmo que tenha uma baixa”, pontua Carol.

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