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Paul Judge e Marcelo Claure têm história dentro do SoftBank. Marcelo Claure já foi um dos nomes mais poderosos dentro da companhia, um dos “braços direitos” de Masayoshi Son e responsável por montar a operação do fundo na América Latina. Já Paul Judge liderou as iniciativas do fundo criado para apoiar startups criadas por negros e latinos, como chairman do Open Opportunity Fund (OOF).

Agora os dois uniram forças para dar um passo além, assumindo o comando do Open Opportunity Fund como um todo – iniciativa da qual os dois participaram do lançamento, em 2020.

“Sempre sentimos que Paul e eu tínhamos que nos reunir”, disse Marcelo Claure ao site norte-americano Aftotech. “Então a melhor maneira de nos reunirmos é concordando em comprar esse fundo do SoftBank e continuarmos, o que para nós dois é um projeto tão importante que começou em 2020. É tão bom que, em 2023, nós somos capazes de unir forças e continuar algo que sentíamos que tinha assuntos inacabados”.

Desde o seu lançamento, o Opportunity Fund 1 investiu US$ 100 milhões em rodadas seed para 75 empresas, incluindo Esusu, Atomic, Brex, Career Karma e outras, conforme comunicado divulgado pelos investidores. Em cima disso, dois dos principais fundos de growth da gestora – Vision Fund 2 e Latin America Fund – investiram separadamente quase US$ 600 milhões em empresas do portfólio do Opportunity Fund.

De acordo com Paul Judge, 80% da carteira são empresas B2B com foco em software, com uma média de 100% de crescimento de receita ano após ano em todo o portfólio.

“Setenta e cinco por cento deles já levantram sua próxima rodada. Eles têm uma média de 29 meses de fluxo de caixa. Então você vê que os empreendedores minoritários sabem como ser resilientes, sabem como construir negócios de alto crescimento, sabem como superar o desempenho dos mercados e, muitas vezes, estão identificando problemas que outros ignoraram”, destacou Paul.

Missão pessoal

Além de assumir o controle do Open Opportunity Fund com Paul Judge, Marcelo Claure retorna (em partes) à convivência com o SoftBank como vice-chairman e general partner do Open Oportunity Fund. É mais uma das inúmeras tarefas que o empresário abraçou recentemente. Apenas nos últimos meses ele lançou seu fundo próprio, a Bicycle Capital, com US$ 440 milhões em valor captado, e se tornou VP executivo global da SHEIN. É bastante coisa.

Em nota, Marcelo Claure destacou que o regresso ao Open Opportunity Fund faz parte de uma missão pessoal, partilhada com Paul Judge, de proporcionar oportunidades iguais a empreendedores negros e latinos como eles – empreendedores que lutam para ter acesso ao capital para fazer crescer os seus negócios.

“Como um empresário latino e hispânico que teve sucesso no crescimento de negócios, ainda tive que lutar mais para conseguir financiamento”, disse o boliviano Marcelo. “Paul travou as mesmas batalhas que um empreendedor negro. Juntos, por meio do OOF, estamos investindo de volta em nossas comunidades, garantindo que os inovadores negros e latinos tenham o capital necessário para desenvolver negócios lucrativos”, completou.

E a SoftBank?

Apesar da venda do controle de seu fundo, o SoftBank continua com planos de investir em startups de minorias. Em junho, o Open Opportunity Fund anunciou a criação de seu segundo fundo, que tem o SoftBank como seu LP fundador e investidor líder. Atualmente, o fundo está em fase de captação de recursos, e mira dobrar de tamanho em relação à sua meta inicial, chegando a um valor de US$ 200 milhões.

O fundo 2 deverá investir em 50 empresas em estágio inicial até de crescimento, em áreas como fintech, healthtech, edtech, vendas e marketing e TI empresarial. Além disso, empresas do Fundo 1 poderão receber novas rodadas do Fundo 2, dependendo do caso, segundo disse Judge ao TechCrunch.

“Somos gratos ao SoftBank por investir em empresas lideradas por negros e latinos através do fundo inicial, e agradecemos o seu compromisso com o fundo 2 à medida que construímos esse legado”, finaliza Marcelo Claure.

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