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2022 não foi um grande ano em termos de valorização de ações. No caso da Distu, startup de soluções para stock options nas empresas, foi um momento de parar e repensar o mercado.

Segundo o fundador e CEO Gustavo Fujimoto, 2022 não chegou a ser um ano ruim para a companhia – que atualmente atende cerca de 100 clientes – mas trouxe desafios, ainda mais em seu primeiro ano apoiando startups e empresas no planejamento e execução de suas estratégias de stock options.

Além de oferecer serviços de estruturação de planos de stock options para as empresas, a startup desenvolveu uma plataforma própria de gerenciamento destes contratos, o que fez a companhia investir na expansão de seu time de tecnologia. Mesmo que ainda pequena, a operação da Distu cresceu em 2022, saindo de 4 para 11 colaboradores no fim do ano.

“No começo do ano aproveitamos o boom de investimentos que as startups tiveram em 2021, mas na segunda metade do ano tivemos que nos aproximar mais da base’, explica Fujimoto, em entrevista ao Startups. Segundo ele, o segundo semestre foi um período em que o foco em transparência dos clientes com os funcionários foi chave para manter o engajamento em um cenário desfavorável para as ações.

“Foi o momento de tranquilizar, mas sem mentir”, dispara o CEO. Segundo ele, o momento de baixa fez algumas empresas fizeram mudanças em suas políticas de vesting e exercício, a fim de dar mais flexibilidade aos colaboradores com stock options em seus cargos. “Foi importante para o amadurecimento do mercado”, completa Gustavo.

Menos startups, mais empresas

Na visão do CEO da Distu, o efeito mais visível das mudanças de adoção do stock options foi no tipo de empresa mais inclinado a tomar esta decisão. Se antes muitas startups apostaram no modelo como um incentivo extra na competitiva briga pelos melhores talentos, agora o cenário é outro.

“Ainda vemos muito apetite (pelas stock options), mas mudou o perfil. Nossos clientes são menos as startups que acabaram de receber investimentos, e mais as companhias já estabelecidas que viram este modelo como uma alternativa de fidelizar talentos sem afetar tanto o caixa”, afirma Gustavo.

Gustavo Fujimoto, fundador e CEO da Distu
Gustavo Fujimoto, fundador e CEO da Distu (Crédito: divulgação)

Ele explica: em vez de gastar agora com prêmios e bonificações para seus executivos em um momento de redução de custos, estas empresas estão utilizando as opções de ações como uma forma de recompensar seus funcionários a partir da possibilidade de ganhos futuros. Esta mudança, que antes era mais focada em executivos de alto escalão, também estão sendo aplicadas aos outros funcionários.

“Temos visto muitas empresas grandes de setores tradicionais, que antes nem pensavam no stock options, mostrarem interesse neste tipo de modelo”, pontua Gustavo, que aposta no corporate como um dos vetores de crescimento em 2023, tanto em projetos de implementação quando na criação de renda recorrente nas empresas que utilizam a plataforma de gestão de contratos da Distu – a fonte de renda recorrente da companhia.

Visão de longo prazo

Com o mercado de ações aquecido ou não, para o CEO da Distu o sucesso de uma estratégia de stock options tem mais a ver com uma gestão bem executada do que possíveis volatilidades na bolsa. “As coisas nem sempre vão se manter tão boas quanto em 2021 ou ruins quanto chegaram no ano passado”, afirma.

Segundo ele, a adoção desta política passa por um processo de confiança entre os fundadores e seus colaboradores. “A stock option só tem sentido se vender um pedaço da visão. Não é um instrumento financeiro frio, ele precisa de uma visão de longo prazo”, explica.

A partir disso, Gustavo destaca que antes de implementar stock options, é preciso explicar o instrumento e mostrar de forma palpável as vantagens e riscos. “A estratégia de engajamento e plataformas como a da Distu ajuda a dar essa transparência e entender a regra desse jogo”, finaliza.

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