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N5 lança IAs que "falam a língua" do setor financeiro

Com trio de ferramentas de "inteligência artificial autônoma", empresa de software prevê triplicar receita neste ano

Foto: Divulgação
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Alfred, Pep e Singular compõem uma nova geração de ferramentas de inteligência artificial (IA) que a N5 lançou nesta quinta-feira (4). Elas são o que a empresa de software está chamando de “inteligência artificial financeira autônoma” (ou financial self-contained artificial intelligence, no inglês).

Com esse “trio biônico”, a empresa de software enxerga espaço para levar a outro patamar o uso de IA no setor financeiro. Para colocar de pé as soluções, a companhia investiu US$ 50 milhões desde 2017, ano de sua fundação.

Conforme Julian Colombo, CEO e fundador da N5, um dos principais diferenciais das IAs é que elas têm como foco bancos, seguradoras e demais players do setor. Por lidar com dados e informações de clientes dessas instituições, as ferramentas não se comunicam com outras IAs ou a internet de maneira geral. Assim, os riscos de ‘alucinação’ (quando o modelo erra) ficam menores e as respostas são mais precisas.

“Em torno de 90% das respostas são com nosso próprio modelo. E quando precisamos acionar outras plataformas, nunca transacionamos dados de clientes”, garante o CEO. “Temos 11 parceiros, incluindo OpenAI, Google e Amazon.”

As novas IAs podem se integrar em qualquer sistema core, CRM (sigla em inglês para gestão do relacionamento com o cliente) e/ou BPM (gerenciamento de processos de negócio). Segundo a N5, as ferramentas são capazes de aumentar em 9 vezes a produtividade comercial e reduzir em até 94% os custos operacionais das empresas.

Lista de espera

Atualmente, a N5 tem quatro clientes do setor financeiro já utilizando suas IAs. O CEO não abre os nomes, mas diz que são grandes companhias e três delas têm operação no Brasil. “Estamos abrindo uma lista de espera. A ideia é monitorar porque estamos falando de uma tecnologia muito potente. Queremos ir aprendendo com os clientes ao longo do processo”, afirma Julian.

Com o lançamento das IAs, o executivo acredita que a receita da N5 vá triplicar em 2024. Somente no primeiro semestre, de acordo com ele, o faturamento da empresa já superou o registrado no ano passado inteiro — US$ 21 milhões.

Hoje, a N5 atende 70 clientes em 18 mercados, incluindo países na América Latina como Brasil, México, Colômbia, Chile e Colômbia. São nomes como Itaú, Santander, C6 Bank, Mastercard, BCP (do Peru), entre outros.

O trio

Com alusão ao mordomo do Batman, Alfred é um assistente virtual que realiza todas as tarefas de executivos e profissionais no setor financeiro. Ou, na definição de Julian, é uma IA que transforma cada pessoa num “super herói”. De acordo com o CEO, Alfred é treinado para solucionar demandas específicas de cada instituição, 100 vezes mais rápido. “Por exemplo, hoje para liberar a garantia para um cliente, é preciso entrar na intranet do banco, ligar para help-desk. Alfred faz isso em segundos”, cita o executivo.

Já o Pep, cujo nome é inspirado no ex-jogador e hoje treinador de futebol Pep Guardiola, atua como um mentor ou técnico que avalia o desempenho dos funcionários. “É uma IA que aprende com aquele 1% melhor de uma empresa e ajuda os demais a chegar nesse desempenho”, diz Julian. “Imagine um profissional que está vendendo pouco de seguro de vida, o Pep é o ‘super treinador’ que ajuda a pessoa a melhorar nisso.”

O Singular, por sua vez, é uma combinação de Alfred e Pep. Trata-se de uma IA especialista em vender produtos, cobrar inadimplências, assessorar sobre investimentos, planejamento fiscal, entre outros. Tudo de forma proativa, ao contrário de um chatbot, que funciona de maneira reativa às mensagens dos clientes. “É uma IA que permite o executivo cuidar de 30 mil clientes em vez de 300 clientes, por exemplo, e com características de humano”, afirma o CEO.

Resta saber se o mercado vai “comprar” a inovação.