fbpx
Compartilhe

Ao que tudo indica, 2022 será um ano mais pessimista para o desempenho das PMEs no Brasil, por causa das novas ondas da pandemia e do aumento das incertezas em relação à eleição presidencial bastante polarizada. As informações são da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem que lançou hoje o seu Índice de Desempenho Econômico das pequenas e médias empresas.

“A reabertura da economia é o principal driver para destravar o crescimento das PMEs brasileiras neste ano”, afirma Felipe Beraldi, especialista de Indicadores e Assuntos Econômicos da Omie, durante evento com jornalistas. Segundo a companhia, foi justamente a reabertura econômica, somada ao avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, que contribuiu para que PMEs dos setores de comércio e serviços crescessem 11,7% e 13,5%, respectivamente, em 2021.

No ano passado, a atividade econômica das PMEs ganhou fôlego no 2º semestre, segundo a Omie, mas o fraco desempenho da indústria e da agropecuária fez com que a movimentação financeira das empresas desses setores permanecessem estáveis, com uma ligeira queda de -0,1% ante 2020. A agropecuária foi o setor mais prejudicado em 2021, com uma queda de -10,7% no desempenho em relação ao ano anterior. Atrás dela estão a indústria (-5,9%) e a infraestrutura (-0,3%). 

Em termos regionais, o levantamento mostra que houve fraco desempenho das PMEs nas regiões Sudeste (0,1%) e Nordeste (-2,9%), enquanto a movimentação financeira dos negócios  avançou nas regiões Sul (+4,0%), Centro-Oeste (+2,6%) e Norte (+1,8%). 

Para 2022

Apesar do cenário mais pessimista, as projeções do IODE-PMEs apontam um avanço de 1,2% na atividade econômica das pequenas empresas. Segundo Felipe, a perspectiva leva em conta um maior controle da inflação frente ao observado no ano anterior, além da contínua vacinação e raebertura econômica do país.

Ele explica que, durante o período de maior isolamento social, a demanda das famílias migrou de serviços para bens, mas que, em 2022, a expectativa é que haja uma retomada da demanda por serviços, considerando as menores restrições e a continuidade do crescimento do setor de comércio – ainda que em menor intensidade. Segundo a Omie, as projeções também são positivas para o setor agropecuário, caso haja a recuperação das safras agrícolas, fortemente prejudicadas pela crise hídrica em 2021.

“Por outro lado, o aumento da taxa Selic pelo Banco Central tende a atenuar os efeitos positivos esperados sobre as atividades das PMEs neste ano, sobretudo por encarecer o crédito e prejudicar os investimentos na economia de modo geral”, escreve a startup, em comunicado. Como destaques setoriais negativos do ano, o Índice destaca novamente a Indústria – que deve continuar sofrendo com o desbalanceamento das cadeias produtivas globais – e, em particular, o segmento de Construção (que integra o setor de Infraestrutura). 

Sobre o Índice

O IODE-PME visa acompanhar e analisar a movimentação econômica e desempenho das PMEs do país. Além de dados gerais sobre as empresas, o índice apresenta uma análise segmentada de 5 grandes setores – agropecuária, comércio, indústria, infraestrutura e serviços – para que empresários, empreendedores e contadores tomem decisões mais assertivas e redirecionam esforços para as operações que exijam mais atenção.

Esse indicador considera mais de 87 mil pequenas e médias empresas brasileiras, todas clientes da Omie, com faturmento de até R$ 50 milhões por ano. “Nossa expectativa é também oferecer uma ferramenta de benchmarking para que os gestores analisarem como os concorrentes de mesmo porte, segmento e região estão performando”, disse Marcelo Lombardo, cofundador e diretor-executivo da Omie, na coletiva de imprensa.

O índice chega 2 meses depois de a startup adquirir o banco digital para pequenas empresas Linker, por R$ 120 milhões, para ampliar sua oferta de serviços financeiros com opções de conta digital, cartão de crédito e gestão de cobrança.

Marcelo Lombardo, cofundador e diretor-executivo da Omie

LEIA MAIS