Rumo ao seu 3º ano de vida, a startup catarinense eumostro, cuja plataforma facilita a forma de empresas comunicarem suas ações ESG, prepara mais uma forma de monetizar. Ainda este mês a empresa começará a entregar transparência da compensação de carbono pela sua plataforma blockchain. Ou seja, vai tokenizar créditos de carbono – que é a representação de uma tonelada de CO² que deixou de ser emitida para a atmosfera.
Segundo explica o presidente da startup, Mateus Bonadiman, será uma venda peer-to-peer, e a eumostro vai monetizar em cima de cada transação. “Temos mais de 2 milhões de unidades de carbono para comercializar em nossa plataforma. As empresas poderão comprar o token para revendê-lo posteriormente ou compensar o carbono por essa rastreabilidade”, afirma.
Com a tokenização, uma empresa pode comprovar em seu inventário anual de emissões de carbono seus vários esforços para diminuir tal emissão. Ela pode comprar tokens de um projeto que reduziu ou evitou a expulsão de carbono na atmosfera para compensar os seus lançamentos, por exemplo.
Em breve a eumostro também disponibilizará uma API que permitirá incluir o consumidor da empresa na jogada. Para ilustrar, um e-commerce pode comprar tokens a mais do que realmente precisa e essa sobra é ofertada ao cliente como uma possibilidade de neutralizar a entrega do produto, por exemplo. É um valor adicional no carrinho do consumidor, assim como é cobrada uma embalagem para presente.
De olho no ESG
Fundada no fim de 2019 em Florianópolis, a eumostro ajuda pequenas e médias empresas a entenderem o que há de ESG em suas ações e auxilia na divulgação desses dados. A plataforma oferece diferentes opções de planos mensais que incluem serviços de avaliação, construção do perfil da empresa, comunicação mais transparente com os consumidores e até criação de relatórios.
“A agenda ESG sempre existiu, mas os relatórios sempre foram de difícil compreensão dos consumidores. Vimos então uma oportunidade de criar algo para descomplicar a forma das marcas repassarem aos clientes suas melhores práticas ambientais e sociais”, conta Mateus.
Um case que ilustra isso na prática é a ação feita em uma Concept Store da Havaianas em São Paulo. A loja disponibiliza shopping bags recicladas e recicláveis aos consumidores, que ao acessarem o QR Code das mesmas encontram desde a origem de todo o plástico utilizado até quantas pessoas foram impactadas positivamente com a produção das sacolas.
Em busca de crescimento, a eumostro já participou de diversos programas de aceleração pelo país. No ano passado foi uma das residentes no IAM Founder, de São Carlos (SP), que inclusive já teve sua história contada no Além da Faria Lima. Também foi uma das 14 startups selecionadas para o Batch#5 do Samsung Creative Startups, onde pôde entender como entregar mais valor à sua solução, além de contratar mais profissionais ao time com o apoio dos R$ 200 mil ofertados pelo programa. Um investimento anjo em um futuro não tão distante está nos planos da startup para escalar ainda mais o negócio.