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O ecossistema brasileiro de startups encerrou o mês de janeiro com o maior número de fusões e aquisições (M&As) já registrado, de acordo com um estudo realizado pela plataforma de inovação Distrito.

Ao longo do mês, foram 20 M&As, de acordo com o relatório Inside Venture Capital. A transação da Take Blip é uma das principais do mês. A plataforma de chatbots comprou a Stilingue, uma ferramenta de inteligência artificial focada na gestão da experiência do cliente, por uma valor não revelado. Outros destaques são a aquisição da Projuris, startup de softwares jurídicos, pela desenvolvedora de software Softplan, e a compra da startup de inteligência artificial Inovamind pela gigante de software de gestão Totvs.

“A transformação digital das empresas permanece acontecendo, e é um processo infinito de renovação que precisa de cada vez mais soluções tecnológicas e robustas para sustentar o crescimento do mercado brasileiro”, diz Gustavo Gierun, CEO do Distrito. “O número de fusões e aquisições é um indicativo de que esse movimento continuará pelo resto do ano e que o ecossistema possivelmente atingirá novos recordes.”

Megarodadas

Gustavo observa que o desempenho do setor no mês passado demonstra que os investimentos de capital de risco no Brasil ainda são significativos, apesar da incerteza macroeconômica, alta inflação e aumento das taxas de juros. As startups brasileiras atraíram US$ 591 milhões em investimentos em janeiro, distribuídos em 48 rodadas, das quais 32 foram para negócios em estágio inicial e o restante para startups em estágio final.

Em termos de segmentos, a fintech continua sendo a favorita dos VCs, atraindo US$ 319,2 milhões em investimentos. Com US$ 260 milhões, a última rodada captada pela Creditas representou a parcela mais significativa desse total. Depois das fintechs, o setor mais procurado foi proptechs, que arrecadou US$ 33,7 milhões em financiamento, seguido por sportstech (US$ 32,6 milhões), tecnologia de varejo (US$ 22,4 milhões) e healthtech (US$ 10,9 milhões).

LEIA MAIS: Creditas faz rodada de US$ 260 mi, avaliada em US$ 4,8 bilhões

No último mês, o total investido no ecossitema foi 27% menor do que em janeiro de 2021, quando o banco digital Nubank levantou US$ 400 milhões em uma série G antes de fazer o IPO. No entanto, isso não significa que o mercado está desacelerando, segundo Gustavo, já que o volume de fevereiro, abril, julho e setembro de 2021 foi menor do que os números registrados em janeiro de 2022.

O relatório do Distrito prevê um número significativo de megarodadas em 2022, assim como um aumento contínuo de investimentos early-stage, conforme o número de investidores de olho na América Latina aumenta.

Entre as áreas específicas que estão ganhando força no Brasil, a pesquisa destaca o software como serviço (SaaS). Empresas que tenham soluções baseadas em nuvem como principal oferta de negócios atraíram US$ 3,8 bilhões em 2021, representando 48% do total de investimentos feitos em startups brasileiras no ano passado.

“Soluções SaaS robustas que demonstram indicadores sólidos de escalabilidade certamente se destacam no ecossistema de inovação”, diz Gustavo, avaliando que o nível de interesse em empresas de software como serviço será mantido, com o desempenho se tornando cada vez mais significativo.

(traduzido por Gabriela Del Carmen)

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