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A Trocafone, startup de compra e venda de smartphones seminovos, anunciou recentemente uma reestruturação em seu corpo diretivo, que passa a contar com executivos vindos de gigantes do mercado, como Magazine Luiza e Via Varejo. As movimentações fazem parte dos planos da empresa para aumentar a planta operacional e expandir para a comercialização de outras linhas de produtos eletrônicos usados, como tablets e notebooks.

Para financiar essa expansão, a Trocafone também anunciou a abertura de uma rodada de investimentos no valor de US$ 20 milhões. A operação está sendo assessorada pela Igapó Ventures. A empresa já conta com investidores como a Bulb Capital da Suíça, Quasar Builders, Wayra, FJ Labs e Mercado Livre. A última rodada havia sido realizada em 2020.

Na dança das cadeiras da Trocafone, o executivo Flávio Peres assume o cargo de CEO, com o objetivo de liderar o crescimento acelerado da companhia ao lado de Rafael Steinhauser, presidente executivo do Conselho de Administração da empresa. A nova composição do Conselho conta ainda com a conselheira independente Andiara Petterle, Dominik Joos, Santiago Bilinkis e Pablo Simón.

Além disso, a ex-Ciclic Bruna Melo assume como VP Financeiro, enquanto o ex-Magazine Luiza Guilherme Matiello se torna o novo VP Comercial e Marketing. Na área de Tecnologia, o novo VP é Vinicius Galhiardi, ex-Via Varejo.

“Com a incorporação de novos líderes executivos, estamos prontos para acelerar nossas operações e aproveitar as oportunidades que surgem no mercado com maior eficiência. Esta renovação na liderança é crucial para impulsionar nosso crescimento, com foco especial em investimentos em Inteligência Artificial e na automação de nossa planta industrial, reforçando nosso compromisso com a inovação e a excelência operacional”, afirma Andiara Petterle, membro do Conselho de Administração da Trocafone e líder do Comitê de Pessoas.

Aumento nas vendas

Em entrevista exclusiva ao Startups, Flávio Peres afirma que a proposta de valor da Trocafone tem ficado cada vez mais relevante para o público brasileiro, e que o objetivo é dobrar a capacidade de processamento de aparelhos com o novo aporte financeiro.

“Os aparelhos estão ficando cada vez mais caros, mas através do recondicionamento que fazemos eles podem continuar no mercado por mais cinco, sete anos. Então um aparelho de boa especificação, que o brasileiro médio precisaria de quatro a cinco salários para pagar, com a Trocafone ele consegue ter acesso”, avalia.

Segundo a empresa, enquanto o mercado brasileiro de smartphones novos enfrentou uma retração de vendas de 6,6% em 2023 em comparação a 2022, conforme dados da International Data Corporation (IDC), a Trocafone contrariou essa tendência, registrando um crescimento de 6,7% em relação ao mesmo período.

No entanto, o potencial de crescimento é ainda maior. A penetração do mercado de smartphones seminovos no Brasil representa apenas 3,3% e está bem abaixo de mercados mais amadurecidos como o norte-americano, com 26%. De acordo com Flávio, a Trocafone planeja superar o crescimento de 16% que obteve no faturamento do ano passado, e alcançar entre 17% e 20% neste ano.

“Agora vemos necessidade de fazer mais capital para focar em automatização da planta, com o objetivo de dobrar o processamento de aparelhos. Também queremos entrar em novos serviços agregados. Já temos alguns serviços financeiros, como garantia estendida e cashback, e queremos fazer mais. Além disso, queremos passar a explorar outros mercados em que a Trocafone ainda não atua, como notebooks”, conta.

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