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O BTG Pactual religou sua máquina de aquisições, anunciando a compra de 100% da Magnetis, gestora digital que utiliza consultores virtuais para definir estratégias de investimento. A empresa é uma das pioneiras deste tipo de tecnologia no Brasil, e se intitula a primeira “wealthtech” do país.

Segundo afirmou o BTG em nota, a compra (de valor não divulgado), faz parte da estratégia de expansão das plataformas digitais do banco, com aumento da base de clientes e avanço na oferta de produtos e serviços para pessoas físicas. A conclusão e fechamento do acordo de compra da Magnetis estão sujeitos às aprovações regulatórias necessárias, inclusive do Banco Central.

Na visão de Marcelo Flora, sócio responsável pelas plataformas digitais do BTG Pactual, a compra da Magnetis trará à companhia mais ganhos de escala, com “maior diluição de custos com ganhos de eficiência, sinergia e produtividade”.

“A partir dessa aquisição, o banco terá acesso a um conjunto de soluções de tecnologia e sistemas que vem sendo desenvolvidos há mais de 10 anos, razão pela qual a empresa tem sido reconhecida pela mídia local como uma das principais ‘wealthtechs’ do Brasil”, afirma Marcelo, em comunicado à imprensa.

Fundada em 2012 por Luciano Tavares, a Magnetis conta hoje com um time de 56 profissionais, e se destacou no mercado nacional nos últimos anos, principalmente atraindo clientes de alta renda em busca de uma plataforma de private banking e consultoria de investimentos. A companhia tem perto de R$ 900 milhões em ativos sob custódia.

Com sua tecnologia própria, a empresa recebeu comparações com nomes internacionais que oferecem soluções de “robôs-advisors” nos Estados Unidos e Europa, como Wealthfront, Betterment ou Nutmeg. Entre os principais investidores da companhia que vendem agora a totalidade de suas participações, estavam Monashees, Vostok Emerging Finance, Redpoint eventures e Julius Baer.

O Startups apurou que a Magnetis tinha fechado uma rodada recentemente com a gestora SaaSholic que reorganizou o captable da fintech. Com a compra pelo BTG, ela teve o 1º exit de seu segundo fundo, que acabou de ter seu final closing com US$ 10 milhões captados. As conversas com possíveis compradores começaram depois da rodada ter sido fechada, e o BTG apresentou os melhores termos, segundo uma pessoa próxima à negociação.

Além da marca para o seu 2º fundo, a saída da SaaSholic também fica como uma das mais rápidas do venture capital brasileiro, ao lado da venda da fatia do SoftBank na iClinic para a Afya, que aconteceu em apenas 3 meses.

Foco em plataforma

A compra da Magnetis entra em linha com a recente estratégia do BTG Pactual em reforçar seu portfólio de produtos digitais e sua plataforma de serviços, uma linha de negócio que já demandou mais de R$ 1 bilhão em investimentos do banco.

Apesar de no último ano o BTG ter ficado um tanto quieto em termos de investimentos, a compra da Magnetis parece recolocá-la na posição que teve entre 2020 e 2022, quando aproveitou a alta do mercado (e a baixa dos juros), para diversificar sua atuação e comprar negócios como a Ourinvest, Necton Investimentos, Elite Investimentos, Kawa Capital e o Grupo Universa, detentor das marcas Empiricus e Vitreo. O BTG também comprou o aplicativo Kinvo, que tinha como garoto propaganda Thiago Nigro, o Primo Rico, que é ligado ao ecossistema do arqui-rival do banco criado por André Esteves.

“Estamos muito felizes com o acordo assinado, certos de que com a estrutura do BTG Pactual poderemos dar continuidade ao serviço de excelência que já oferecemos aos nossos clientes. Com a aquisição, poderemos oferecer um pacote de soluções ainda mais completo”, acrescenta Luciano Tavares, fundador e CEO da Magnetis.

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