fbpx
Compartilhe

Em uma grande cidade como São Paulo, Rio ou BH, sair de casa e chegar ao seu destino nem sempre é uma tarefa simples. Muita coisa pode acontecer pelo caminho e, na maioria das vezes, você só descobre o que está rolando quando já é tarde demais. Faltam informações precisas sobre o que está acontecendo à sua volta na hora que você precisa.

Se depender do aplicativo Civi, faltavam. Criado no fim de 2019, ele tem exatamente o objetivo de trazer informações hiperlocalizadas em tempo real para orientar quem circula por aí. A ideia é que ele ganhe tanta relevância que passe a figurar entre aqueles que estão na 1ª tela do telefone das pessoas. Deixa o Mark Zuckerberg saber disso – se bem que agora ele só quer saber do metaverso.

Segundo Felipe Stanquevisch, presidente da startup, o plano começa a se desenrolar pela cidade de São Paulo e olhando a questão da segurança, um fator crítico para quem mora na capital. “é uma questão que as pessoas pedem. E outros apps que foram bem-sucedidos fora do Brasil também cresceram assim”, diz ele, citando como exemplo o Citizen.

Usado em mais de 30 cidades dos EUA, ele tem em Nova York, sua principal praça, pouco mais de um quarto da população como usuária. Na avaliação de Felipe, como em SP a taxa de crimes é 6 vezes maior, o potencial é de chegar a uma base de um terço da população.

O conceito não é exatamente uma novidade no Brasil. Aplicativos cidadãos já surgiram e deixaram de existir. Até o Facebook quis ter presença nesse segmento. A Prefeitura de São Paulo mantém o SP+Segura. Na avaliação de Felipe, o problema é que essas iniciativas não entenderam que é preciso atuar como um marketplace. “Não é só entregar para o cidadão e achar que ele vai usar. Você precisa ter uma oferta grande de conteúdo, senão não vai conseguir crescer. A gente quer dar um serviço primeiro, educar. Mostrar como o aplicativo ajuda e pode ser uma ferramenta. A partir daí começa a ser relevante”, diz Felipe.

Reproduções da tela do aplicativo

Nascimento e operação

A ideia de criar o aplicativo veio da americana Carla Vass, que trabalhou no Goldman Sachs, Uber e na Waymo (a empresa de carros autônomos do Google). Casada como um colombiano, ela decidiu empreender na América Latina. Para a empreitada, trouxe a advogada carioca Vanessa Muglia. No meio do ano, elas recrutaram Felipe. Vanessa acaba de deixar o aplicativo para se juntar à BHub, do Jorge Vargas Neto, como co-fundadora e chief legal officer (CLO), à frente da área de Legal as a Service da startup.

Para começar a ser desenvolvido o Civi levantou no fim de 2020 uma rodada de R$ 10,2 milhões. O aporte foi liderado pela Canary e contou com a participação da Norte Ventures e de investidores anjo como Guilherme Bonifácio (fundador do iFood) e David Vélez (Nubank). Segundo Felipe, já está no radar uma captação de maior porte para financiar a próxima etapa do Civi, que é a de ganhar escala.

Felipe não abre quantos downloads já foram feitos, mas diz que a base de usuários triplicou entre setembro e outubro. Hoje a empresa tem 24 pessoas.

Em termos de eventos, são cerca de 200 registrados por dia. A cobertura é de um raio de cerca de 18 quilômetros a partir da Sé. Na maior parte das vezes, o usuário recebe alertas de acontecimentos a até 1 quilômetro de distância dele/dela. “Se a distância for de 1,5 quilômetro e tiver potencial de impactar, o alerta também é enviado”, diz. O objetivo é cobrir a cidade inteira.

Os registros são feitos a partir de fontes de informações abertas como noticiário e redes sociais. Em agosto a startup fechou um acordo com a Defesa Civil pelo qual tem acesso a informações do órgão, mas também repassa a ele dados sobre acontecimentos da cidade.      

A Civi também tem 2 programas de contribuição: os guardiões e os sentinelas. O 1º grupo é composto por líderes comunitários e outras pessoas com influência em áreas. Já os sentinelas são motoristas de aplicativos e entregadores, que rodam muito pela cidade. Os eventos enviados são validados pela equipe da Civi e publicados em um prazo médio de 5 minutos. A ideia é abrir a plataforma para contribuições dos usuários até o fim do ano.

Segundo Felipe, ainda está muito cedo para falar em monetização. Mas uma coisa parece já definida: a ideia é ser sempre gratuito para quem usa o aplicativo.  

LEIA MAIS