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A Praso, startup recifense que desenvolveu uma plataforma de distribuição para pequenos varejistas, acabou de fechar uma série A de R$ 45 milhões (US$ 9,5 milhões). Com o aporte, a empresa já foi às compras, adquirindo a propriedade intelectual da Floki, foodtech que usa inteligência artificial para automatizar as compras de pequenos bares e restaurantes. A compra está diretamente relacionada aos investidores que lideraram a nova rodada. E vamos falar dessa “ação entre amigos” daqui a pouco.

A nova captação da foi puxada pelo Valor Capital Group e pela NFX, e contou também com investidores como Base Partners (fundo que liderou uma rodada seed de US$ 3 milhões em 2021 e está agora aumentando sua participação na empresa), Formus Capital, Iporanga Ventures e Endeavor Scale-Up.

Segundo destacou a Praso em nota, o plano com a aquisição é de utilizar os insights da Floki para aumentar a eficiência de compra no pequeno varejo, reforçando a expertise da Praso no mercado B2B para PMEs de food service, como bares, restaurantes, cafés e padaria. De acordo com a startup, a compra da empresa paulista ajudará os clientes em questões como análise de consumo para previsão de demanda.

“Identificamos muita sinergia entre os negócios e objetivos da Praso e da Floki, que construiu diversas ferramentas sobre inteligência de dados e insights para PMEs, enquanto a Praso vem se concentrando na construção de relações com indústrias e capilaridade logística de última milha. A Floki oferece a tecnologia necessária para alavancar nossa malha logística e aumentar a eficiência de gestão dos nossos clientes ”, afirma Samuel Carvalho, CEO e fundador da Praso.

Além disso, a nova rodada tem como finalidade reforçar a rede logística da companhia, aumentando sua presença no Nordeste (principal área de atuação da startup) e ampliando sua carteira de clientes. Atualmente a Praso conta com cerca de 165 colaboradores, dois centros de distribuição e operações em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará.

Segundo explicou Samuel à Bloomberg, o foco no Nordeste guarda um grande potencial para a Praso – são cerca de 8 mil lojistas e 100 fornecedores na região atendidos pela startup e suas soluções de logística para última milha e produtos de crédito para compra de insumos.

“Estamos muito felizes em anunciar este novo investimento para servir melhor nossos lojistas. A Praso nasceu para simplificar e digitalizar a gestão desse pequeno empreendedor, que hoje sofre com preços altos, escassez de crédito, e mau atendimento no seu fluxo de compras”, finaliza o CEO.

Ação entre amigos?

Em abril/22 a Floki anunciou uma rodada de R$ 50 milhões para ser “o Mercado Livre do foodservice”. A rodada foi liderada por… rufem os tambores… NFX e Valor Capital. Na natureza do venture capital, tudo se transforma. A Iporanga Ventures, que também já era uma investidora da Floki, agora entra como sócia na Praso. Os fundadores da Floki, Luigi Rodrigues e Marcelo Espiga, também se tornam acionistas, mas não permanecerão na operação.

Na época do aporte ano passado, o modelo da Floki era oferecer uma assinatura mensal a partir de R$ 150 que dava acesso a um catálogo com mais de 8 mil produtos. O foco era itens que restaurantes precisam comprar com uma frequência mensal, de alface a produtos de limpeza. O serviço atende algumas centenas de clientes, entre bares, restaurantes, dark kitchens e dark stores, localizados no Estado de São Paulo. A consolidação dos negócios é mais um movimento de arrumação do mercado de marketplaces B2B, que se mostrou promissor durante a pandemia, mas que vem se ajustando nos últimos tempos. A Oico, de material de construção, por exemplo, pausou suas operações na busca de um novo modelo de negócios.

Segundo Carlos Costa, partner na Valor Capital, o investimento na Praso e sua tese trazem um grande potencial, que se amplia com a aquisição da propriedade intelectual da Floki.

“Desde que conhecemos o Samuel (Carvalho), ficamos impressionados com a profundidade do conhecimento sobre a tese e alta capacidade de execução. Estamos honrados em agora fazer parte da jornada, que pode beneficiar centenas de milhares de pequenas e médias empresas do Brasil, criar um novo capítulo na relação entre Indústria e varejo de alimentos, e inspirar muitas outras startups e jovens empreendedores do Nordeste do país”, afirma Carlos.

É o segundo aporte de cifras mais elevadas que a Valor divulga em apenas uma semana. Na última quinta (24), o fundo anunciou uma rodada de R$ 200 milhões na fintech Principia, que também aproveitou para ir às compras, adquirindo a plataforma de checkout Provi.

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