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A StopClub, plataforma que reúne ferramentas de gestão para motoristas e entregadores de aplicativo, acabou de ganhar uma nova injeção no caixa. Foram US$ 1,2 milhão (R$ 6 milhões) em rodada liderada pela Redpoint eventures, com participação da Raio Capital.

Com o aporte, as metas da startup são ambiciosas. “A gente quer crescer a nossa receita em 840% este ano, especialmente na parte de seguros e planos premium”, dispara Luiz Gustavo Neves, co-CEO da startup que fundou ao lado do outro co-CEO Pedro Inada. Para isso, o aporte ajudará a companhia a reforçar sua “máquina de vendas”, movimentando sua base atual de usuários para adquirir mais produtos dentro da plataforma.

Com seu aplicativo gratuito, a companhia chegou a uma base de mais de 230 mil usuários ativos, mas agora quer converter boa parte dessa clientela para sua versão premium, com recursos adicionais de gestão. Segundo Luis, a novidade – que custa R$ 7,99 ao mês – tem caído no gosto dos clientes e vem crescendo 260% ao mês nos últimos 3 meses.

Além disso, a StopClub reforçou seu app com um marketplace com ofertas de produtos e serviços de parceiros, que vão desde planos de telefonia até seguros e empréstimos. Compondo esse “cardápio” estão marcas como Mycon, a seguradora Iza e ofertas de crédito via parceria com a startup mexicana Bankuish. A plataforma fica com uma comissão sobre as transações realizadas no seu marketplace.

No ano passado, a startup também lançou uma vertical própria de soluções financeiras, chamada StopClub Bank. Nele, por exemplo, é possível gerar, dentro do app, QR Codes para receber pagamentos via Pix, sem precisar abrir a aplicação do banco.

“Queremos centralizar as movimentações financeiras dos motoristas e entregadores de aplicativos com cartão e conta próprios e, com maior conhecimento do perfil de risco, conceder crédito a esses clientes, que nem sempre conseguem financiamento no mercado tradicional”, explica Luis Gustavo, pontuando que trazer o fluxo financeiro dos usuários para dentro do app é fundamental para planos futuros.

Pedro Inada e Luis Gustavo Neves, cofundadores e co-CEOs da StopClub (Crédito: divulgação).
Pedro Inada e Luis Gustavo Neves, cofundadores e co-CEOs da StopClub (Crédito: divulgação).

“Hoje o nosso aplicativo tem um alcance grande, impactando muitas pessoas, e agora queremos aproveitar essa base já adquirida para extrair um maior potencial de receita, com eficiência financeira para o negócio”, completa Pedro Inada.. No geral, com o foco em sua versão premium e a oferta de produtos adicionais in-app, a companhia registra um crescimento médio de 82% ao mês em sua receita.

Por falar em alcance, a companhia chegou à base de usuários que possui hoje por conta de soluções como a calculadora de ganhos, que mostra aos motoristas de aplicativo o valor líquido recebido ao final da corrida, podendo inclusive recusar o chamado caso o valor fique abaixo do que o trabalhador considera justo.

A solução chegou a despertar reação da Uber, que acionou a StopClub na justiça para barrar a ferramenta, alegando que ela violada a LGPD. Entretanto, a defesa da startup apontou que os dados não saíam de dentro do celular do motorista, o que derrubou a liminar da multinacional.

Abastecendo no ar

É a segunda rodada que a startup faz com a Redpoint, que liderou uma rodada seed de US$ 1 milhão em 2020. Aliás, o leitor/a leitora mais atento/atenta deve estar se questionando como a Redpoint fez um novo investimento se deixou de atuar depois do racha entre os sócios gestores. A explicação vem justamente do fato de a startup já fazer parte do portfólio do fundo, tratando-se assim de um follow on. Aliás, não se trata do primeiro. Desde 2022 a gestora tem feito esses movimentos, como foi o caso da Sami Saúde no ano passado. Além da Redpoint, a StopClub tem como investidora a Canary.

Entretanto, a nova rodada da StopClub chega com planos ambiciosos no médio prazo, conforme pontua o seu CEO. Com o novo aporte ajudando a “rampar vendas” e expandir presença, a meta é já engatilhar uma nova rodada até o final deste ano, daí voltando o foco para a aquisição de novos usuários.

“O nosso objetivo é ter um breakeven operacional até o fim do ano. Se nossos números continuarem crescendo no ritmo que esperamos e que já está rolando, é bem provável que no segundo semestre já começamos as conversas para uma nova captação”, explica o co-CEO.

Ao falar sobre a “rodada depois da rodada”, Pedro Inada aproveitou para fazer uma analogia. “É como um avião abastecendo em meio ao vôo, dando o combustível necessário para voar com segurança até a próxima pista para encher o tanque”, explica. No caso, a próxima parada seria uma rodada maior, ou seja, uma possível série A.

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