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Parece que o que não estava bom ainda pode piorar. Na América Latina, o 1º trimestre de 2023 teve o menor valor levantado no período desde 2020 e o menor número de deals desde 2019, de acordo com o recente relatório da plataforma Sling Hub. Apesar de todos os estágios terem sido impactados, a seca, como já era de se esperar, foi maior nas rodadas maiores. Os chamados big rounds, com cheques acima de US$ 10 milhões, despencaram 75% em relação ao 1º trimestre de 2022, enquanto os investimentos até US$ 10 milhões caíram 38%.

Em março, as startups da região levantaram US$ 245 milhões, distribuídos em 62 rodadas. O resultado representa uma queda de 15% mês a mês no volume captado, e de 16% na quantidade de deals. O volume de investimentos cai para US$ 142 milhões se considerarmos apenas rodadas de equity, com as rodadas de debt representando 58% do total captado no mês (US$ 143 milhões).

O estágio mais comum das rodadas foi o seed, com aportes de valor médio de US$ 4.8 milhões. O setor das fintechs segue sendo o mais aquecido, com R$ 146 milhões captados no mês. Ainda assim, o segmento registrou uma queda de 87% em relação aos R$ 1.115 milhões levantados em março de 2022. Na sequência estão as foodtechs, que também registraram queda de 87% e captaram R$ 20 milhões. A boa surpresa é o segmento das autotechs, que tiveram um aumento no volume captado. Essas empresas receberam US$ 14 milhões no último mês, contra apenas R$ 500 mil no mesmo período em 2022.

Também no mês passado, o Brasil deixou a liderança no mercado latino, passando a faixa para o México, que recebeu R$ 110 milhões em aportes. Por aqui, foram R$ 83 milhões, ficando à frente da Colômbia, que levantou R$ 29 milhões.

“As 62 rodadas de captação em março representam o segundo pior resultado em número de rounds desde maio de 2020, perdendo apenas para o último mês, com 54 rounds. Já o volume levantado foi o menor valor desde julho de 2020, quando o mundo enfrentava a Covid 19. Mesmo entre os setores que mais captaram, as quedas foram superiores a 80% (YoY), com exceção das Autotechs. O impacto também foi sentido pelos países com maior volume de investimento, que viveram quedas a partir de 70% (YoY)”, analisa o relatório.

O destaque do mês vai para a mexicana Clara, fintech especializada em soluções de gestão de gastos corporativos. A startup levantou um financiamento de US$ 90 milhões em uma operação realizada com a norte-americana Accial Capital e pelo fundo colombiano Skandia FCP IMPACTO. Além dela, o relatório cita a brasileira Mecanizou, que desenvolveu uma plataforma para conectar oficinas a fornecedores de peças automotivas por meio de inteligência embarcada. A companhia captou US$ 14,5 milhões em um round liderado pelo fundo monashees, com participação de Alexia Ventures, FJ Labs e Dalus Capital.

O inverno foi mais ameno para as negociações de fusões e aquisições. Março contou com 30 acordos, o melhor resultado desde julho de 2022. Com isso, o 1º trimestre de 2023 chegou a 73 negociações bem sucedidas, resultado próximo ao do Q1 de 2021 (76) e queda de 20% em relação à 2022. Entre elas, a compra da Vale Saúde Sempre pela Vivo e da Folha Certa pela Flash Benefícios.

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