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Como reza a lenda, unicórnios são raros. E segundo o estudo global State of Venture, da CBInsights, no 1º trimestre deste ano, a aparição destes animais míticos – ou no caso dos negócios, a chegada de novas empresas com avaliação superior a US$ 1 bilhão – está em baixa. De acordo com o levantamento, 113 empresas atingiram o status, uma queda de 19% em relação ao último trimestre de 2021, quando 133 startups chegaram ao valuation bilionário.

É a pior marca em 5 trimestres, ficando abaixo inclusive do número registrado no primeiro trimestre de 2021, que foi de 115. Vendo por um prisma mais positivo, a consultoria destacou que pelo menos o começo do ano manteve a escrita na casa dos três dígitos, bem acima de 2020, cujo melhor trimestre somou 47 novos unicórnios.

Como já era de se esperar, Estados Unidos e Europa concentram o maior número destes negócios, com 60 e 20 novos unicórnios, respectivamente. O maior valuation das novas entrantes no clube é a americana Miro, que desenvolve soluções de colaboração gráfica, avaliada em US$ 17,5 bilhões.

Contudo, mesmo que as cifras bilionárias tenham dado uma recuada, o State of Venture destacou um aumento médio de 160% no valuation das startups que foram ao mercado captar recursos. De acordo com a CBInsights, as médias dos negócios early stage ficaram em US$ 34 milhões e os mid stage em US$ 343 milhões.

Em valores gerais, a queda em negócios de grande porte impactou o montante total de investimentos, totalizando US$ 143,9 bilhões, diminuição de 19% sobre o último quartil de 2021 – coincidente o mesmo percentual de queda no número de unicórnios.

Diferentes fontes, constatações semelhantes

Os dados divulgados pela CBInsights entram em linha com um recente levantamento da Crunchbase, que divulgou uma retração de 13% nos investimentos em startups. Além disso, ela também apontou a diminuição dos novos unicórnios, embora com números diferentes: 129 novas bilionárias no primeiro trimestre de 2022, contra 146 no último trimestre de 2021.

Na América Latina, o cenário não é muito diferente. Um relatório divulgado esta semana pela SlingHub apontou que as empresas da região levantaram US$ 934 milhões em março, primeira vez em um ano que o volume fica abaixo da marca do US$ 1 bilhão e um montante 15% menor comparado com o mesmo período do ano passado. Esse é o pior desempenho registrado pelo ecossistema desde fevereiro de 2021, quando as startups latinas captaram US$ 533 milhões.

E no Brasil? Olha, também nesta semana a Distrito soltou dados sobre a situação das startups brasileiras e seus investimentos. Embora os números tenham indicado crescimento, eles mostram uma dinâmica não tão forte quanto a que vinha sendo registrada até agora.

Ao todo, foram US$ 2 bilhões investidos em startups em 167 transações. Em termos de valores, a alta foi de meros 4%. Já em número de negócios, houve até uma queda: 33 operações a menos.

Em relação aos unicórnios, o Brasil teve um grande 2021, com 9 novas empresas atingindo o novo posto, e começou 2022 com diversas candidatas. Inclusive, aqui no Startups fizemos os nossos palpites sobre as que podem chegar lá. Depois você pode cobrar da gente se acertamos.

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