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2023 foi um ano complicado em termos de investimentos de venture capital, e isso também se refletiu nas estratégias de grandes empresas que resolveram lançar seus veículos de CVC. Segundo dados da TTR, de janeiro a agosto do ano passado, o volume de transações de corporate venture capital caiu mais de 60%, ficando em pouco mais de R$ 1,5 bilhão.

Entretanto, os movimentos de grandes empresas para investir em startups não pararam, e mais corporações anunciaram seus veículos de CVC, continuando uma tendência em alta desde 2021. Se o fluxo de aportes não foi tão ativo quanto nos anos de bonança, o dinheiro está lá, e a expectativa com um 2024 de juros mais baixos é que o talão de cheques volte a ser mais usado.

Entre fundos de CVC que se mantiveram ativos e outros que recém-chegaram ao mercado, separamos uma lista de seis nomes que chamaram a atenção em 2023, e que vale a pena ficar de olho em 2024.

MSW e Embraer

Na metade de 2022 a MSW lançou o segundo fundo multi-CVC, somando nomes como BB Seguridade, AgeRio e Baterias Moura em um veículo com mais de R$ 50 milhões para investir. Entretanto, em 2023 um nome de peso se somou à carteira: a Embraer colocou mais R$ 20 milhões no fundo, que ampliou sua meta de aportes totais para R$ 100 milhões. Além disso, com a entrada da gigante aeroespacial brasileira, o fundo 2 de multi CVC da MSW passou a olhar além de insurtechs e energytechs, também mirando negócios em linha com o segmento da Embraer. De aportes em 2023, o fundo liderou rodadas como a de R$ 12 milhões na VoltBras, startup de gestão de redes de recarga para veículos elétricos.

Eurofarma

A gigante farmacêutica não é nenhuma estranha aos CVCs, com dois veículos de investimento lançados antes de 2023. Entretanto, no ano passado a companhia – que fatura cerca de R$ 9 bilhões anualmente – triplicou sua aporta em inovação, anunciando seu terceiro fundo. Chamado Neuron Ventures II, o CVC terá cerca de R$ 150 milhões, que será investidos em 10 a 12 startups, com rodadas seed de até R$ 5 milhões e séries A na casa dos R$ 15 milhões. Além disso, uma fatia de R$ 50 milhões deverá ir para follow-ons. O fundo deve fazer o seu primeiro investimento ainda em 2024.

Vivo Ventures

Lançado em 2022, ano em que aportou em duas startups (as fintechs Klavi e Klubi), o braço de CVC da Vivo continuou a todo vapor em 2023, com mais dois aportes. No começo do ano, ela fez um investimento mais modesto, injetando R$ 3 milhões em uma participação minoritária da rodada de R$ 300 milhões da Digibee, startup de soluções para integração de sistemas. Entretanto, em dezembro passado ela chamou a atenção com uma cartada grande, liderando a rodada de R$ 25 milhões da healthtech Conexa. Com o cheque, o plano é ampliar possibilidades em serviços de telemedicina para os clientes da operadora. Detalhe: o investimento veio no rastro de um negócio grande da Conexa, que fundiu operações com a Zenklub, startup especializada em saúde emocional.

Copel

2023 foi um ano de grandes anúncios para uma das maiores companhias de energia do país. Em agosto, um mês após ser privatizada e levantar cerca de R$ 5 bilhões, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou o seu primeiro fundo de CVC, em parceria com a Vox Capital. Denominado Copel Ventures I, o veículo já nasceu com R$ 150 milhões a serem investidos em cerca de 15 startups nacionais e internacionais nos estágios seed e série A, cujas soluções contribuam com a transição energética. Na época do lançamento, a companhia prometeu fazer seus primeiros investimentos ainda em 2023, mas até agora não saiu nenhum.

B3

R$ 600 milhões para investir em startups. Com este montante de respeito, a B3 colocou na rua em 2022 a L4 Venture Builder, de olho em disrupções dentro de seu core business e também em áreas de impacto econômico para os próximos anos. Em 2023, o fundo continuou em movimento, fazendo dois importantes aportes. Em março, ela investiu US$ 5,5 milhões (cerca de R$ 30 milhões) na Vermiculus, startup sueca de soluções para compensação, liquidação e centrais depositárias. O outro cheque veio no fim do ano, liderando uma rodada série A de R$ 10 milhões para a fintech catarinense Data Rudder, especializada em tecnologias de prevenção de fraudes via Pix.

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