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Boa tarde,

A semana passada foi corrida, com o nascimento de um unicórnio e uma movimentação ousada do Nubank: um investimento em uma fintech na Índia! Teve também a InstaCarro reforçando o caixa para competir com Creditas e Kavak no segmento de carros usado, quintoAndar fazendo aquisição, a Petz incorporando a Zee.Dog e a 2TM, dona do Mercado Bitcoin, assumindo o Portal do Bitcoin.

E bora encerrar o falatório porque tem muito pra fazer ainda hoje.

Boa leitura e boa semana.

Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe


RODADAS DE INVESTIMENTO

  • A SoftBank foi o nome em comum em 3 rodadas de investimento anunciadas no mesmo dia, que somaram R$ 1,3 bilhão. A Omie recebeu R$ 580 milhões. A corretora, e em breve banco, Avenue, recebeu R$ 150 milhões. Já a unico arrematou R$ 625 milhões. No caso da empresa de identificação, o valuation passou de US$ 1 bilhão, o que promoveu a companhia para a 1ª classe do mundo das startups, com o status de unicórnio;
  • O Nubank coliderou uma rodada de US$ 44 milhões na indiana Jupiter. A ideia é usar a participação como um proxy para ideias e inovações que possam ser trazidas para a América Latina;
  • A Movile recebeu uma capitalização de R$ 1 bilhão de sua controladora, a Prosus. Foi a maior injeção de recursos da história da companhia. Os recursos serão usados para o seu filho mais famoso, o iFood, mas também para expandir a atuação em outras áreas, mais notadamente fintechs, logística e e jogos;
  • A Tractian, que desenvolve adesivos inteligentes que ajudam na manutenção de maquinário industrial, fez uma extensão de sua mais recente rodada de investimento. O aporte adicional de R$ 1 milhão foi feito pelo family office Ctitrino, que já tinha participado da rodada de R$ 17 milhões;
  • A InstaCarro, umas das primeiras startups a apostar nesse segmento (usedcarstech?) levantou uma rodada de R$ 115 milhões para não ficar de fora da disputa com Creditas e Kavak no momento de aquecimento do mercado. A rodada de série B foi liderada pelos fundos J Ventures, FJ Labs e Rise Capital, dos EUA, que já eram investidores da companhia, e contou com a participação dos espanhóis All Iron Ventures e Big Sur. A rodada anterior da InstaCarro tinha sido em 2018. Com os US$ 23 milhões atuais, ela soma US$ 56,5 milhões captados, segundo dados do Crunchbase. Um dos focos do reforço de caixa será o início da operação de compra direta de carros pela própria InstaCarro;
  • A Caju, startup que nasceu em 2019 para atuar no segmento de benefícios, com um cartão que pode ser usado de forma flexível, fechou uma rodada de série A de R$ 45 milhões. O investimento foi liderado pela Valor Capital e pela Caravela Capital e coliderado pela Volpe Capital, do ex-SoftBank André Maciel. Este, aliás, é o 2º investimento feito pela gestora lançada no fim de 2020. O 1º foi na UOL Edtech, junto com a SoftBank. Também entraram Picus Capital, FJ Labs e Clocktower Technology Ventures. A ideia é usar os recursos para evoluir o modelo de negócios da companhia e ir além do cartão de benefícios, oferecendo uma plataforma agregadora de serviços para o RH e colaboradores das emrpesas;
  • LogComex, startup curitibana que oferece inteligência por meio de Big Data para o comércio exterior, recebeu um aporte de US$ 10,3 milhões (R$ 53,6 milhões em conversão atual) em rodada Series A liderada pela Alexia Ventures Igah Ventures, com participação da Endeavor Scale Up Ventures e outros dos investidores atuais da companhia. Com o investimento, existem dois objetivos claros: aumentar a participação no mercado de importadores e exportadores e acelerar o processo de internacionalização;
  • A Pluggy, fintech acelerada pelo LIFT LAB do Banco Central em 2020, acaba de receber um aporte de mais de R$3 milhões em rodada pré-seed liderada pela Gávea Angels. Também participaram do investimento Plug and Play e Urca Angels. A Pluggy oferece a fintechs e corporações a possibilidade de acessar os dados de seus clientes para que possam criar serviços mais competitivos e dinâmicos, garantindo a privacidade dos usuários ao mesmo tempo em que promove acessibilidade aos inovadores, fomentando a criação de serviços personalizados ao cidadão brasileiro por meio do Open Finance;
  • A Houseasy, startup curitibana especializada em tecnologias de IoT residencial, recebeu um investimento de R$640 mil de Thiago Nigro e da Bossanova Investimentos, durante o programa Primo Startups. Com dinheiro no caixa e um plano de expansão em larga escala, a Houseasy pretende passar de 1.400 para 18.000 usuários até o final deste ano de 2021. A companhia acaba de anunciar o início da pré-venda de uma nova linha, além da aquisição de uma fábrica para a produção de seus equipamentos.
  • A musictech – pois é, essa é nova para mim também – Moises recebeu uma rodada de US$ 1,6 milhão para chegar à marca de 10 milhões de downloads até o fim do ano. “Já estamos com 4,5 milhões e provavelmente vamos ter que atualizar essa meta”, disse Geraldo Ramos, cofundador da companhia. A 1ª captação da companhia foi liderada pelo Kickstart Fund, do estado americano do estado de Utah, nos EUA, onde Geraldo vive. Também participaram a Valutia, a Verve Capital e outros. Entre seus investidores, a Moises tem Carlos Andre Montenegro (fundador da Sack´s e da BitcoinTrade).

FUSÕES E AQUISIÇÕES

  • A XP comprou uma fatia na casa de análise Levante, reforçando sua munição na área de conteúdo para investidores. O negócio acontece algumas semanas depois de a corretora anunciar um investimento na OHM Research. O valor do negócio – que aquece ainda mais a disputa com o arqui-rival BTG, mas também com Itaú e os bancões, não foi revelado;
  • O Nubank comprou americana Juntos Global, plataforma que cria conversas proativas automatizadas e personalizadas entre bancos e seus clientes. O valor do negócio não foi revelado;
  • A fintech de peer-to-peer landing Mutual vendeu a um grupo de empresários estrangeiros uma fatia da Combate à Fraude por R$ 22 milhões. O tamanho da participação vendida não foi revelado, mas a Mutual mantém uma participação de 25% no negócio;
  • O QuintoAndar comprou a fintech Atta, que ajuda pessoas no burocrático processo de conseguir crédito imobiliário. A operação acontece poucas semanas depois da a Loft ter comprado a CredPago, para ajudar pessoas com a burocracia de alugar um imóvel;
  • O site de notícias sobre bitcoin e blockchain Portal do Bitcoin foi comprado pela 2TM, holding que é dona do Mercado Bitcoin. O valor da operação não foi divulgado. O site tem quase 2 milhões de usuários únicos e mais de 3,3 milhões de pageviews por mês;
  • A varejista Petz anunciou a compra de 100% da plataforma Zee.Dog e suas subsidiárias por R$ 715 milhões. A companhia incorpora ao seu negócio uma bagagem internacional de expertise de gestão de marca, desenvolvimento de produtos exclusivos e uso de tecnologia. Pelos trâmites, a Petz pagará R$ 615 milhões no fechamento da operação – sendo 87% em ações e 13% em dinheiro. Os R$ 100 milhões restantes serão pagos em dinheiro, em cinco anos, contados a partir da data de efetivação da operação.
  • A advogada Patricia Peck anunciou a união com outros 8 sócios na nova estrutura do Peck Advogados. Com 100 advogados e 300 clientes, a estimativa é crescer 45% em 2022 com a forte demanda de corporações, startups e setores público e acadêmico relacionada a novas regulamentações sobre ética de dados, privacidade, LGPD, inteligência artificial, blockchain, propriedade intelectual, cibersegurança e crimes digitais;
  • A Americanas e a Lojas Marisa abriram conversas sobre um potencial M&A, em que a plataforma carioca compraria a rede de vestuário da família Goldfarb por troca de ações e uma parte relevante em caixa, no esboço inicial, conforme duas fontes. Ambas já têm assessores financeiros contratados, mas não têm qualquer memorando de intenções assinado;
  • A Deel, que entrou recentemente no Brasil oferecendo seus serviços de pagamento e gestão de mão-de-obra remota, comprou a Zeitgold, que desenvolve um software de automação contábil que usa inteligência artificial. O valor da operação não foi divulgado;
  • A Square, empresa de pagamentos do cofundador e president do Twitter, Jack Dorsey, comprou a australiana Afterpay, que faz pagamentos parcelados para compras na web, por impressionantes US$ 29 bilhões. O interesse pelo chamado Buy Now Pay Later (BNPL) – uma forma mais bonita de chamar a boa e velha compra parcelada que o brasileiro sempre fez – tem crescido como uma forma de aumentar o acesso de consumidores, principalmente os mais jovens, ao consumo.

TIPO Y COMBINATOR

  • A gestora Newtopia nasceu com um fundo de US$ 50 milhões para investir em startups early stage na América Latina. A proposta é oferecer, além do cheque, um programa de aceleração de 10 semanas, parecido com o que a Y Combinator faz. As companhias vão receber um cheque inicial de US$ 100 mil. A ideia é fazer duas turmas por ano com algo entre 10 e 15 empresas em cada uma. Em 4 anos, o objetivo é chegar a um portfólio de 100 investimentos. OS US$ 40 milhões restantes do fundo serão reservados para follow-ons, que podem acontecer até as rodadas de série A.

NFT PRA QUEM TE QUERO

  • O universo das NFTs ganhou um novo nome no Brasil: a Tropix, um marketplace de obras digitais liderado por Daniel Peres Chor, diretor de inovação e herdeiro do grupo Multiplan. O negócio conta com os sócios Bernardo Schucman, vice-presidente de operações de data center na CleanSpark, que foi o maior minerador de bitcoin do Brasil; Guilherme Nigri, colecionador e investidor em mais de 15 projetos e startups no Vale do Silício; e Zé Lima, especialista em marketing digital, com mais de 10 startups lançadas. Também estão no time, como investidores e advisors, Alexandre Icaza, venture builder com 20 anos de experiência no mercado de private equity e Marcelo Sampaio, fundador da Hashdex, gestora que foi a 1ª do mundo a lançar um ETF de cripto na Nasdaq. A Tropix faz sua estreia em parceria com o Mercado Bitcoin e com galerias consagradas no mercado de arte contemporânea. Leme, Metaspark, Wickbold, Verve e Zipper são as primeiras parceiras da plataforma. O lançamento acontece com uma obra do artista 100% digital Vini Naso, brasileiro baseado em Toronto, vencedor do Beautiful Bizarre Art Prize de 2020 e autor de experiências virtuais para Microsoft, Facebook, Zoom e Nike, entre outros. Mais 150 lançamentos estão programados até o fim de 2021, com artistas como Eduardo Kac (Leme), Giselle Beiguelman (Verve) e Monica Piloni (Zipper), assim como a chegada de outras dez galerias. A operação já começa com a neutralização de 100% do carbono emitido e 5% de todo faturamento destinados a instrumentos culturais e apoio a novos artistas no Brasil.

VENTURE CAPITAL COMO SERVIÇO

  • A gestora carioca Fuse Capital criou um programa de venture capital como serviço (VCaaS) para empresas. No programa, uma nova tese é construída junto à corporação, de acordo com seus objetivos. Cabe então à gestora o mapeamento de startups que atendam aos requisitos pré-definidos e apresentem grande potencial de crescimento. Em um prazo de 30 dias, uma lista com duas ou três startups que melhor se encaixam à tese é apresentada ao cliente. Uma vez validada, é iniciado um processo de análise profundo e minucioso. O projeto se encaixa em um modelo conhecido pelo mercado como pledge fund, na qual o investidor possui o poder de veto, podendo optar pelo investimento ou não indicado pelos gestores.

O PRIMEIRO SPAC A GENTE NUNCA ESQUECE

  • A consultoria Alvarez & Marsal está montando o que deve ser o 1º SPAC listado na B3. Isso mesmo que você ouviu. A moda das empresas de cheque em branco chegou à bolsa brasileira. A ideia é levantaar R$ 1 bilhão, que, em dólares, equivale ao valor típico de uma oferta do tipo, de US$ 200 milhões, com ações cotadas a US$ 10. Será que o papel sai a R$ 50? Com assessoria do escritório Demarest e do Bank of America, a consultoria está atuando junto com o regulador para adaptar o modelo à realidade brasileira, com possíveis mudanças de regras locais, para deixá-lo idêntico ao formato americano. A ideia é fazer a listagem no fim do ano.

DANÇA DAS CADEIRAS

  • Lorena Simões inaugura o time de Marketing da Sling Hub, plataforma de dados do ecossistema de startups da América Latina. Com pós-graduação em Harvard e mestrado pela FGV, Lorena é ex-Red Bull e Grupo Soma;
  • Sandra Montes assumiu a posição de diretora de marketing no Rappi, cargo ocupado até o momento por Fernando Vilela. A executiva, que atuava como vice-presidente de growth marketing na OLX Brasil, ficará responsável pelos projetos relacionados à jornada do cliente e à área de marketing do superapp no país. Vilela, que liderou o marketing desde 2018, quando ingressou na empresa, ocupava oficialmente o cargo de CMO do Rappi Brasil desde o final de 2020. O executivo, sócio da empresa, entra agora em período de férias e, após seu retorno, assumirá novos desafios na companhia;
  • A nuvini, grupo de empresas de SaaS de Pierre Schurmann, anunciou o seu novo CFO: Aury Ronan Francisco , ex-CFO da Movile. O executivo chega com o desafio de preparar a área financeira para um IPO em um prazo de 3 anos. O objetivo é comprar 85 empresas até 2025. Há algumas semanas, a companhia á tinha anunciado Andres Bilbao, cofundador da Rappi, como advisor.
  • O ex-presidente da Via Varejo, Ramatis Rodrigues, está se juntando à Shopper e será responsável pela estratégia comercial da startup de entregas. Ele integra o grupo de mais de 20 sócios-executivos com direito a stock options da companhia;

RECOMENDAÇÕES DE LEITURA

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  • A big bets fez um napkin inspirado no material criado pelo fundo de venture capital alemão Point Nine, mas adaptado à realidade brasileira. Algumas pessoas disseram que os valores estão um pouco inflados, mas serve como referência;
  • Após um ano e meio de pandemia, a expansão do e-commerce no Brasil teve números expressivos em 2021, totalizando quase 1,59 milhão de lojas online, 22,05% a mais do que em 2020, quando o comércio digital saltou 40%. A variação indica que, na média, no último ano, 789 novas lojas online foram criadas por dia no Brasil. O ritmo de crescimento do e-commerce no País desde 2015 chega a uma taxa anualizada de 23,69%. A expansão é um indicador do grande esforço que os lojistas têm feito para alcançar os consumidores, especialmente quando se fala de pequenos e médios empreendedores, como revela a 7ª edição da pesquisa “Perfil do E-Commerce Brasileiro”, parceria do PayPal e da BigDataCorp. Mesmo com um volume relevante de lojas, ainda há espaço para o crescimento do segmento no País, uma vez que apenas 6,19% do varejo brasileiro faz vendas online;
  • Pesquisa produzida pela FGV Projetos em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) sobre a maturidade digital das micro e pequenas empresas (MPEs) revelou que dois terços das empresas (66%) situam-se entre os dois níveis iniciais de maturidade digital. As analógicas somam 18%; e outras 48% são emergentes, ou seja, promovem esforços para se digitalizar, mas ainda possuem estrutura e modelos de negócios tradicionais. Nos níveis mais avançados da escala estão as empresas consideradas intermediárias (30%) e as líderes digitais (4%).

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